Quando Gisele Silva recebeu um convite da coreógrafa americana premiada Michelle Dorrance para fazer a personagem principal numa versão de sapateado de Quebra Nozes, não imaginava que essa performance a levaria até a Casa Branca. “Posso afirmar que fui a primeira brasileira negra a sapatear na Casa Branca, e como protagonista”, diz ela.
Enquanto estreava a turnê, no renomado Kennedy Center, em Washington, a companhia foi contatada por um representante da residência oficial do presidente dos EUA para participar de um projeto feito na época de fim de ano.
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Em um vídeo divulgado nas redes oficiais da primeira-dama dos EUA, atualmente Jill Biden, que já conta com mais de 1,6 milhão de visualizações só no Instagram, Gisele interpreta a personagem Clara e divide a cena com outros seis dançarinos. “Nem nos meus melhores sonhos imaginei que a dança me levaria até a Casa Branca.”
A bit of magic, wonder, and joy brought to you by the talented tappers of Dorrance Dance, performing their playful interpretation of The Nutcracker Suite.
Enjoy! 💕 pic.twitter.com/qXtCm4t37o
— Jill Biden (@FLOTUS) December 13, 2023
A brasileira também dançou no recém-lançado filme “Spirited”, com Will Ferrel e Ryan Reynolds, se apresentou na Disney, e participa de turnês em grandes teatros dos EUA – como Lincoln Center, Guggenheim, Apollo Theater e The Joyce – e prêmios como o BET Awards, que reconhece personalidades negras em diversas áreas. “A Gisele de cinco anos, que começou a dançar no interior de São Paulo, está orgulhosa da profissional que me tornei.”
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Carreira internacional na dança
Em 2018, a dançarina se mudou para os Estados Unidos para fazer parte da companhia de tap dance feminina Syncopated Ladies, fundada em Los Angeles por Chloe Arnold e que já foi nomeada ao Emmy na categoria melhor coreografia, em 2018.
Hoje, Gisele também dança em Nova York com a Music From The Sole, do seu amigo e também brasileiro Leonardo Sandoval. “Nesses cinco anos morando aqui, me belisquei várias vezes para ter certeza de que não estava sonhando”, diz ela, que é natural de Ribeirão Preto (SP).
Destaque na dança desde pequena, começou a dar aulas de sapateado aos 15 anos, e, em 2014, no Tap in Rio, recebeu uma bolsa para estudar em Nova York da fundadora do Syncopated Ladies – que também a convidou para fazer parte da sua companhia.
Conseguiu embarcar com o apoio da mãe, da tia e da sua professora. E foi nessa oportunidade em NY que conheceu Michelle Dorrance, coreógrafa que anos mais tarde a levaria para a Casa Branca. “Vimos o convite como uma possibilidade de divulgar o tap dance, essa arte que sempre foi marginalizada e pouco reconhecida”, diz ela, lembrando que a versão do Quebra Nozes também sofreu represália e recebeu mensagens racistas. “Me sinto muito feliz em representar o Brasil por onde eu for, e espero conquistar ainda mais.”