O zíper do vestido de Emma Stone, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz no último domingo (10), não aguentou nem mesmo até a hora de erguer a estatueta. Os saltos de Liza Koshy eram tão altos que ela desabou ao chegar na cerimônia. E Carey Mulligan, em uma releitura de um vestido vintage Balenciaga, teve dificuldades em caminhar sozinha por conta do modelo super ajustado ao corpo.
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O discurso da moda confortável, aparentemente, não fez coro no red carpet em 2024. “Esses looks [de Carey e Emma] remetem à estética do século 19, que restringia a autonomia física e a mobilidade das mulheres. Novamente, temos aquela mulher que é um bibelô, de gestos contidos, estática, para apreciação”, diz a consultora de imagem Ana Vaz.
O movimento de empoderamento, que cresceu com o #metoo e dominou a premiação da academia em 2018, não guiou a escolha dos looks em 2024. “Mesmo sendo mulheres poderosas, indicadas ao principal prêmio do cinema, atrizes se submeteram a situações de desconforto em nome de uma aparência desejável criada pela indústria da moda”, diz Vaz. Margot Robbie, que protagonizou Barbie, teve que ficar recostada na cadeira pois o vestido impedia de dobrar o tronco. “Para essas mulheres, é uma troca aceitável perder o conforto para ficarem belas. E ir contra isso exige algo.”
No lado oposto, os smokings, o traje masculino equivalente aos vestidos de gala, estavam cada vez mais livres. Tecidos maleáveis, sapatos macios, acessórios para fugir do convencional, como broches ou uma gravatinha estilo velho oeste. “Nada de muito novo no Oscar”, diz Ana Vaz.