Cristina Helena Junqueira é a quarta mulher mais rica do Brasil, com uma fortuna de R$ 8,61 bilhões. A cofundadora do Nubank alcançou o status de bilionária depois que a fintech estreou na Bolsa de Valores de Nova York, em dezembro de 2021, com uma avaliação superior a US$ 50 bilhões (R$ 276,54 bilhões, na cotação atual).
Hoje, o Nubank vale US$ 68,12 bilhões (R$ 376,76 bilhões) – acima do Itaú, com US$ 61,26 bilhões (R$ 338,82 bilhões) – e é uma das maiores empresas do mundo, segundo a lista anual da Forbes US Global 2000. O levantamento classifica duas mil empresas de 61 países diferentes com base em vendas, lucro, ativos e valor de mercado. A fintech tinha 100 milhões de clientes pessoa física e 4,3 milhões de empresas no fim do primeiro semestre de 2024.
Leia também
Com cerca de 2,9% das ações da instituição, Cristina é a primeira mulher a se tornar bilionária por conta de uma fintech no Brasil. É também uma das poucas da lista de bilionários brasileiros da Forbes a integrar o time de self-mades, ou seja, cujo patrimônio é resultado do trabalho próprio, e não de herança.
Cristina atua como Chief Growth Officer, ou diretora de crescimento, do banco desde agosto de 2022. É responsável pelas operações e estratégias de expansão do México e da Colômbia, além de atuar globalmente no marketing e comunicação da instituição.
Liderança e maternidade
Quando Cristina engravidou pela primeira vez, o Nubank era um recém-nascido.“Não tive licença. Dei à luz numa quarta-feira e, na segunda-feira seguinte, estava trabalhando”, lembra a bilionária em entrevista à Forbes em 2020.
Alguns anos depois, abriu o capital da empresa e tocou o sino da bolsa de Nova York enquanto estava grávida de oito meses da terceira filha. Posou gravidíssima para uma capa da Forbes, que destacava as Mulheres de Sucesso de 2020, a três dias do nascimento. E no dia das mães deste ano, Cristina anunciou a gravidez do seu quarto filho.
A empresária assumiu como diretora presidente do Nubank no Brasil em abril de 2021, quando o cofundador David Vélez se tornou líder global da instituição, uma cadeira que não existia até então na companhia. Atualmente, Livia Chanes é a CEO no Brasil.
Cristina Junqueira nasceu em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e foi criada no Rio de Janeiro. Tem graduação e mestrado em engenharia de produção pela USP (Universidade de São Paulo), além de um MBA pela Kellogg School of Management da Northwestern University. Antes de se juntar a Vélez e Edward Wible para fundar o Nubank em 2013, trabalhou no Itaú Unibanco, onde liderou a maior divisão de cartões de crédito do banco.
Como nasceu o Nubank
No Brasil, o colombiano David Vélez se tornou sócio do fundo de investimentos Sequoia Capital. Incomodado com as burocracias para abrir uma conta em um banco, Vélez convidou Cristina Junqueira para ser cofundadora do Nubank. Começaram a construir a empresa em uma casa alugada no Brooklin, zona sul de São Paulo.
O objetivo do trio era criar um aplicativo fácil de usar, onde os brasileiros pudessem obter serviços bancários sem visitar uma agência. Na época, 80% do mercado brasileiro era controlado por cinco bancos: Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa, que obtinham lucros enormes com juros altos em empréstimos e taxas exorbitantes. Ao mesmo tempo, ofereciam um atendimento deficiente. “Eu nunca entendi por que tínhamos que forçar as pessoas a contratarem esses serviços horríveis. Os clientes odiavam”, disse Cristina à Forbes em 2021.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
-
Siga Forbes Mulher no Instagram
Em 2014, lançaram um cartão de crédito sem anuidade (à época uma raridade no Brasil), e alguns anos depois passaram a oferecer conta corrente e poupança. Desde então, o Nubank expandiu para oferecer empréstimos pessoais, serviços de investimentos e seguro de vida e se tornar uma das marcas mais valiosas do Brasil, segundo ranking da Interbrand.