Gena Rowlands, aclamada atriz americana, vencedora de três Emmys, dois Globos de Ouro e duas vezes indicada ao Oscar por suas interpretações marcantes de mulheres fortes e problemáticas no drama policial “Gloria” e em “Uma Mulher Sob Influência”, morreu aos 94 anos. A notícia foi divulgada pela Entertainment Weekly na quarta-feira (14), citando o filho da atriz, Nick Cassavetes.
Rowlands estrelou dezenas de filmes durante uma carreira que começou no teatro e na televisão nos anos 1950 e incluiu papéis premiados em filmes dirigidos por seu primeiro marido, o ator, escritor e diretor John Cassavetes.
Nick, seu filho, revelou em junho que Rowlands tinha Alzheimer, assim como sua própria mãe e a personagem que interpretou no filme “Diário de uma Paixão”, de 2004. “Ela está em plena demência. E é tão louco, nós vivemos isso, ela atuou nisso, e agora está acontecendo conosco”, disse seu filho, que dirigiu o filme.
Rowlands e Cassavetes foram o casal dourado dos filmes independentes nos Estados Unidos nos anos 1970 e 1980. Cassavetes foi um pioneiro do cinema verité, e Rowlands era sua musa. “O cinema independente existia antes de Cassavetes, mas Cassavetes, trabalhando com Rowlands, conseguiu criar um cinema independente que emprestou de Hollywood – não em enredos ou estilos, mas no carisma dos atores e na força dramática,” escreveu a New Yorker em 2016.
A atriz alta e loira fez 10 filmes com Cassavetes antes de sua morte em 1989, incluindo o drama psicológico “Noite de Estreia” (1977), a saga conjugal “Faces” (1968) e “Amantes” (1984), em que ela interpretou sua irmã.
Em “Uma Mulher Sob Influência”, que Cassavetes originalmente escreveu como uma peça e que é considerada uma das melhores atuações da atriz, Rowlands interpretou Mabel Longhetti, uma dona de casa lutando contra uma doença mental. O longa rendeu o primeiro Globo de Ouro da atriz. Como a personagem-título forte e determinada no filme “Gloria”, de 1980, ela resgatou e protegeu um jovem menino órfão de mafiosos determinados a matá-lo. Embora não tenha ganhado um Oscar por nenhum dos papéis, Rowlands recebeu um Oscar Honorário em 2015.
A trajetória de Gena Rowlands
Virginia Cathryn “Gena” Rowlands nasceu em 19 de junho de 1930, em Cambria, Wisconsin. Seu pai era banqueiro e político, e sua mãe era atriz.
Após a faculdade, ela se mudou para Nova York, onde estudou teatro na American Academy of Dramatic Arts e conheceu o colega estudante Cassavetes. “Eu sempre quis ser atriz; eu lia muito quando era pequena, e isso me mostrou que havia outras coisas para ser. Você pode viver muitas vidas, se divertir muito e ver muitas coisas”, disse ela ao New York Times em 2016.
Rowlands trabalhou no teatro regional e na TV antes de estrear na Broadway em “Middle of the Night” em 1956. Dois anos depois, conseguiu seu primeiro papel no cinema em “The High Cost of Loving” e apareceu no filme de estreia na direção de Cassavetes, “Sombras”. “Não era como trabalhar para qualquer outra pessoa,” ela disse ao crítico de cinema Roger Ebert sobre seu marido em 2016. “A liberdade que John dava aos seus atores era espantosa.”
Rowlands continuou a trabalhar em filmes, incluindo o drama de Woody Allen “A Outra” (1988), e na TV após a morte de Cassavetes. Ela ganhou Emmys de melhor atriz por “The Betty Ford Story” (1987) e o drama “Face of a Stranger” (1992) e levou para casa o prêmio de melhor atriz coadjuvante em uma minissérie ou filme por “Hysterical Blindness” (2002).
A ícone do cinema independente encontrou um novo público quando voltou às telas em 2004 como a versão mais velha da personagem de Rachel McAdams no filme “Diário de uma Paixão”.
Rowlands foi casada com Cassavetes de 1954 até sua morte. Eles tiveram três filhos. Em 2012, ela se casou com o empresário Robert Forrest.
“É uma vida complicada, mas foi tão empolgante e maravilhosa porque estava fazendo o que realmente queria fazer,” disse ela sobre sua carreira de atriz.
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