Mudar de carreira – ou transformar qualquer outra área da vida – nunca é simples, mas pode significar que você está no controle da situação. “Estamos em constante mudança e as transições são muito importantes para que a gente continue exercendo nosso melhor papel”, diz Ana Raia, que atua na área de desenvolvimento pessoal há mais de 15 anos.
As pessoas vivem cada vez mais, enquanto o universo profissional é cada vez menos estável e novas profissões e oportunidades surgem a todo momento. “Estou na terceira carreira, mas tenho certeza de que não será a última”, disse ela em painel durante o Forbes Power Lunch 50+, que aconteceu na quarta-feira (23) em São Paulo, e reuniu mulheres de diferentes áreas para celebrar a maturidade.
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Ana trabalhou com publicidade durante 10 anos e se dedicou ao ensino da filosofia do yoga por outros 5. Sem medo de mudar de rota, ela explica por que pode ser tão difícil se reinventar. “Toda vez que você se coloca frente a uma mudança, o cérebro age contra porque quer te proteger. Mas, na verdade, quem quer te proteger é o seu ego.”
Concluindo a 4ª faculdade aos 59 anos, Fabiana Scaranzi, jornalista e especialista no comportamento humano, já foi questionada se buscou diferentes carreiras porque não sabia realmente o que queria. “Pelo contrário: eu sei muito bem o que eu quero, e são muitas coisas. Eu tenho muitos interesses e sonhos para realizar e não é um número na minha idade que vai me impedir.”
Uma carreira escolhida em determinado momento da vida pode não fazer mais sentido algum tempo depois – o que não significa que não tenha sido bem-sucedida. “As transições nos convidam a seguir o que toca nosso coração naquele momento e ser feliz no dia a dia”, diz Fabiana, que foi modelo para pagar a faculdade, bailarina, apresentadora de TV e agora conclui o curso de psicologia.
Suas trajetórias provam que sempre é tempo de mudar de rota e seguir novos caminhos. Para Renata Gomide, vice-presidente do Grupo Boticário, é preciso assumir o protagonismo da sua vida e também da carreira. “Não podemos terceirizar a nossa felicidade, essa é uma responsabilidade nossa.”
Nesse processo, a executiva defende a importância de reconhecer e estabelecer prioridades. “Se algo me traz felicidade e realização, está nas minhas mãos priorizar”, diz ela, que é mãe de duas meninas e acaba de concluir uma maratona nos Estados Unidos.
As painelistas refletiram sobre o conceito de “auge”, que está longe de ser sinônimo de juventude. Pelo contrário, encontraram mais tranquilidade e potência na maturidade. “Estou no auge quando estou em paz e satisfeita comigo mesma, e isso transcende a idade”, diz Ana Raia.
O auge também é transitório, e para alcançá-lo (ao menos na carreira) é preciso ser “uma eterna aprendiz”, afirma Renata. Com essa mesma filosofia de estar sempre em (des)construção, a executiva entende que a flexibilidade é essencial para navegar em um mercado de trabalho em constante transformação. “Isso parte da humildade de saber que precisamos nos atualizar sempre e nos cercar de pessoas com diferentes perspectivas.”
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