A Buser, startup de fretamento colaborativo, suspendeu suas operações em todas as 60 cidades em que operava na semana passada como forma de ajudar a conter a disseminação do coronavírus no país.
O cofundador da startup, Marcelo Abritta, tomou a decisão de interromper a operação para proteger os clientes e as pessoas que trabalhavam na operação da empresa, especialmente os mais de 1 mil motoristas e parceiros envolvidos.
Com crescimento de 30% ao mês, a Buser é investida do fundo SoftBank desde outubro do ano passado e anunciou planos na época de investir R$ 300 milhões em sua expansão.
Refletindo sobre a pandemia, Abritta compartilhou com a FORBES suas motivações para manter a empresa em stand-by, ideias sobre o futuro das startups brasileiras e planos para ajudar no enfrentamento da crise de saúde pública.
Veja, a seguir, o que ele disse:
“Minha principal preocupação neste momento é com a vida dos clientes e, especialmente, dos motoristas, muitos dos quais estão no grupo de risco. Em segundo lugar, a preocupação em ajudar os parceiros a se manterem estáveis financeiramente após a crise.
Em relação às startups no mundo, é importante lembrar que elas são espartanas por natureza. Todas vivem em um ambiente de estresse muito intenso e estão acostumadas com cenários imprevisíveis. Devido à onda recente de aportes que tivemos no Brasil, muitas estão capitalizadas e saberão navegar durante a crise. Por outro lado, sei que infelizmente outros projetos com bom potencial que não possuem investimentos não vão sobreviver neste momento.
Cortamos nossas operações para zero, a fim de auxiliar na contenção do vírus. Não demitimos ninguém e estamos há duas semanas em home office. Ajudamos as pessoas a montarem estações de trabalho em casa, e estamos ajudando os parceiros a se manterem e a oferecer alguma proteção aos seus trabalhadores.
Estamos avaliando junto ao poder público se podemos oferecer ônibus para ajudar na movimentação dos profissionais de saúde, retirando-os do transporte público, reduzindo o risco de contágio aos demais.
Quando isso acabar, acredito que teremos uma recuperação lenta, não somente devido ao vírus, mas pelo impacto que já foi causado na economia mundial.
Estimo que levará de 12 a 18 meses para voltarmos a uma atividade econômica compatível com a de janeiro 2020. Espero que o coronavírus seja contido rapidamente e definitivamente. Caso contrário, o cenário talvez seja pior.”
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Movile anuncia fusão da Wavy com empresa sueca
A Wavy, empresa de customer experience do Grupo Movile, anunciou a fusão com a Sinch, companhia sueca em comunicação em nuvem focada em experiência do consumidor. O valor da transação, que envolveu uma combinação de ações e dinheiro, é de aproximadamente US$ 119 milhões.
Uma das líderes em mensageria na região, a Wavy atua no Brasil, atendendo clientes como a Caixa e a Atento, e tem operações México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Paraguai. A plataforma da Sinch é responsável por mais de 40 bilhões de interações por ano, e permite alcançar praticamente qualquer celular no planeta, em poucos segundos ou menos, por mensagens de texto, voz e vídeo.
A Wavy é a segunda aquisição da Sinch neste mês. Há duas semanas, a empresa anunciou a compra da Chatlayer, desenvolvedora belga de sistemas de inteligência artificial.
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Porto Digital articula apoio à população vulnerável
Atores do Porto Digital estão organizando uma ação para apoiar a população vulnerável durante a pandemia. O bairro do Recife, onde o ecossistema de inovação está instalado, também é onde está localizada a comunidade do Pilar, onde a maioria das cerca de 300 famílias vivem do trabalho informal no parque tecnológico, em que a maioria das empresas está trabalhando em regime de home office. Além disso, o bairro tem dezenas de moradores de rua.
O presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, veio a público pedir ajuda para estas pessoas, que são em sua maioria de grande vulnerabilidade social. Segundo Lucena, doações já foram arrecadadas em poucos dias para garantir a alimentação básica dos moradores do Pilar e agora o foco são os moradores de rua que ficam nas mesmas ruas onde estão instaladas empresas como a InLoco, Fiat Chrysler Automobiles e Accenture. “Neste momento [as pessoas] estão nas ruas em uma situação dramática”, disse Lucena em um post no LinkedIn. “Precisamos da solidariedade de todos.” Empresas que querem ajudar devem contatar o Núcleo de Gestão do Porto Digital, que está coordenando a ação.
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Fapesp financiará projetos de pesquisa para o combate à Covid-19
A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) lançou chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da Covid-19 e estimular micro e pequenas empresas a desenvolverem projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas para o diagnóstico e tratamento dos doentes.
A expectativa é mobilizar pesquisadores do Estado de São Paulo em torno dos estudos das características epidemiológicas da Covid-19, no desenvolvimento de testes diagnósticos, terapias e procedimentos terapêuticos, nos estudos sobre aspectos críticos da infecção viral, na pesquisa em procedimentos clínicos, na identificação e avaliação das respostas imunes, nas investigações epidemiológicas e na pesquisa sobre a contenção e minimização de comportamentos contraproducentes para a epidemia, entre outros desafios que cercam a pandemia.
Os projetos de pesquisa devem ter duração de até 24 meses e o valor máximo de cada proposta será de R$ 200 mil. O prazo para submissão de projetos vai até 22 de junho de 2020.
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Maratona criativa busca reduzir impactos da Covid-19
Reduzir os impactos que a Covid-19 vai causar na economia brasileira é o fio condutor de uma maratona criativa online onde milhares de especialistas vão dedicar tempo durante 11 dias para “co-criar” esses projetos. Organizado pela plataforma de hackathons Shawee, o MegaHack Covid-19 quer criar um grande banco com projetos reais e ideias que podem ajudar pequenas empresas, micro empreendedores e startups a sobreviverem ao choque da crise gerada pelo coronavírus.
Os desafios serão em grupos de cinco pessoas, incluindo um desenvolvedor, além de profissionais focados em aspectos de negócios, marketing e experiência do usuário. Durante o megahack, a plataforma dará acesso a mentores, palestras e conteúdos com diversos especialistas, além de um plantão de voz para discutir as soluções e ajudar os grupos durante o processo.
Entre as empresas apoiadoras da iniciativa estão a VTEX e a gigante do agro Raízen, com seu hub de empreendedorismo e inovação Pulse, que está ajudando na divulgação, e também envolvendo suas startups residentes e indicando mentores. As inscrições se encerram hoje (27).
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Plataforma conecta profissionais de saúde com quem possui máscaras para doar
Inspirado na iniciativa norte-americana mask-match.com, o especialista em marketing Thomas Chi criou algo semelhante no Brasil. A plataforma DoeMascaras conecta pessoas que possuem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras PFF2 ou N95, a profissionais de saúde, que precisam desses materiais com urgência.
“Meu pai é médico de hospital público e a situação é caótica. Falta tudo, principalmente materiais de proteção como luvas e máscaras. É muito aflitivo pensar que por falta de material de trabalho um familiar pode ser severamente impactado”, afirma Chi.
Desde que foi lançada a plataforma já recebeu mais de 4.000 pedidos de máscaras N95 e 283 ofertas de doações. “Nos surpreendemos muito com o número de profissionais de saúde que precisam destes materiais e estão contando com nossa ajuda. Até Santa Casas de algumas cidades estão pedindo materiais, assim como grandes hospitais”, revela Ula Amaral, que também ajudou a idealizar o DoeMascaras e é CMO da Fábrica de Startups.
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Envie um “oi” para o número +41 79 893 1892 pelo WhatsApp e receba mensagens da Organização Mundial da Saúde, que incluem todos os tipos de informações e notícias sobre a Covid-19.
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MAIS
– O unicórnio Brex, dos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi – eleitos Under 30 pela FORBES Brasil na edição 2015, anunciaram esta semana a compra de três startups de tecnologia para fortalecer sua posição no mercado como fintech: Neji, Compose Labs e Landria. Os valores das negociações não foram divulgados;
– A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) anunciou uma parceria com a Amazon Web Services para disponibilizar créditos de serviços de computação em nuvem no valor de US$ 5 mil. A bonificação é válida para associados, bem como qualquer startup brasileira;
– A plataforma de engajamento para a cidadania Colab e a Epitrack, startup de inteligência de dados para o monitoramento e controle de doenças, uniram-se para ajudar na identificação antecipada de risco de casos de coronavírus no Brasil. Qualquer pessoa pode baixar o aplicativo Colab gratuitamente em seu celular e fornecer informações sobre o seu estado de saúde, para construir coletivamente um grande mapa nacional de risco, que está disponível na plataforma Brasil Sem Corona.
– A LLamasoft, fornecedora de soluções analíticas com foco em tomada de decisões estratégicas e baseada em inteligência artificial, criou uma proposta completa de serviços para ajudar clientes que estão sendo afetados com atrasos em produção, embarque e distribuição, bem como na variação de demanda por conta da pandemia. O Centro de Atendimento Covid-19 é uma compilação de aplicações da plataforma llama.ai e de serviços construídos para o propósito exclusivo de ajudar as organizações a restabelecerem suas operações, adaptarem-se às mudanças rápidas das circunstâncias e, após o restabelecimento, evoluírem para cadeias de suprimentos resilientes, por um longo período, e preparadas para futuras disrupções;
– O primeiro projeto com financiamento flexibilizado da EMBRAPII já está em andamento. O Instituto Eldorado e a empresa Braile vão desenvolver um equipamento para auxiliar o tratamento dos pacientes que sofrem de insuficiência respiratória aguda, condição causada em casos graves do novo vírus. A EMBRAPII arcará com R$ 1,15 milhão, exatamente metade do valor do projeto, e os recursos não precisarão ser reembolsados pela Braile. O Instituto Eldorado será responsável pela coordenação do desenvolvimento dos componentes eletrônicos e computacionais, enquanto a empresa produzirá a mecânica e os insumos descartáveis utilizados no equipamento.
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