A partir de agora, os hospitais que estão na linha de frente do combate à Covid-19 podem contar com a ferramenta de gestão de internações da Carefy, startup de Ribeirão Preto, para informar à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) o número de leitos ocupados por pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Os dados passaram a ser solicitados, na semana passada, aos planos de saúde com redes próprias de hospitais para que a agência possa monitorar o impacto da pandemia no atendimento assistencial e, assim, verificar as principais tendências em relação à utilização de serviços de saúde hospitalares, que representaram 32,69% das despesas assistenciais no ano de 2019, frente ao atual contexto, e avaliar as implicações diretas no setor de saúde suplementar.
Criada em 2017, a empresa do interior de São Paulo já oferecia uma plataforma com essa finalidade, criada e validada especificamente para o Grupo São Francisco, responsável por mais de 100 unidades e sete hospitais próprios e 14 mil profissionais, entre credenciados e colaboradores, que atendem 1,8 milhão de beneficiários. Desde então, já monitorou mais de 145 mil internações em mais de 580 hospitais. “Com a chegada da pandemia, criamos uma versão mais simplificada, que agora estamos oferecendo gratuitamente para quem quiser, seja um estabelecimento público ou privado”, explica Marcelo Santos, CEO da Carefy.
Segundo o executivo, a plataforma, que funciona no modelo saas (software as a service) com operação pela web ou por aplicativo, gerencia as informações sobre cada um dos leitos, o que resulta em mais agilidade na tomada de decisão, melhor aproveitamento da capacidade disponível e redução de custos. Santos explica que os benefícios conquistados dependem de algumas variáveis, como o tamanho da operadora de saúde e sua infraestrutura, como é feito o processo atualmente e a qualidade dos dados, mas cita uma redução média, de modo geral, entre 5% e 34% nas internações.
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Outro indicador importante é o aumento de 11% na eficiência da equipe, ou seja, dos profissionais que acompanham os pacientes. “Isso significa que, com o mesmo time, é possível atender mais gente e com mais qualidade”, diz. Isso porque o sistema oferece uma visão macro, elaborada com base em índices que contemplam os profissionais e a rede de atendimento. Para chegar a isso, a plataforma leva em consideração o monitoramento constante das internações, altas e movimento dos pacientes entre as alas do hospital, o que permite que informações precisas sejam disponibilizadas em tempo real e reflitam a disponibilidade de leitos e suas taxas de ocupação por unidade e por tipo, ao longo da rede de atendimento. E, num cenário de alta demanda como o que estamos vivendo atualmente, esse gerenciamento acaba se tornando fundamental.
“Essa agilidade permite que cada paciente seja alocado de forma rápida, na unidade mais conveniente para suas condições clínicas, tanto no caso da Covid-19 quanto de qualquer outra enfermidade.” Desde que foi disponibilizada, a nova versão da plataforma passou a ser adotada pela Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão de Saúde), entidade associativa sem fins lucrativos que congrega 4 milhões de vidas, mais de 100 filiadas e responde por 11% do setor de saúde suplementar.
Santos diz que está conversando com alguns agentes do setor público e privado, mas não revela os nomes ainda porque os acordos não estão fechados. Segundo ele, os principais desafios estão na alimentação do sistema, já que em muitos estabelecimentos isso é feito de forma manual e, em outros, não há responsáveis específicos pela tarefa. “Além disso, existe uma diferença grande de padronização dos dados às vezes em instituições do mesmo grupo”, conta. “Estamos levando isso em consideração para aperfeiçoar o sistema, assim como alguns parâmetros decisórios de cada negócio.”
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