Ty Gibson, 20 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, não deu importância no às especulações da semana passada de que o TikTok, sua plataforma favorita de compartilhamento de vídeos, seria banida.
Na quinta-feira (9), usuários entraram em pânico após uma falha na plataforma ter apagado o número de visualizações de seus vídeos. De repente, as notícias das ameaças do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, de bloquear aplicativos chineses, como o TikTok, pareceram mais reais enquanto ele observava outros usuários inundando o aplicativo com despedidas. “Eu pensei que era o fim”, disse Gibson em uma entrevista. “Eu nem tive tempo para pensar sobre as coisas.”
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Gibson gravou seu próprio vídeo de despedida para seus 4,6 milhões de fãs, pedindo-lhes para segui-lo no YouTube e no Instagram.
Enquanto o destino da TikTok nos Estados Unidos é incerto, as notícias desencadearam uma onda de preocupações entre sua dedicada base de usuários, que está se preparando para migrar para outros serviços. Alguns, como o astro dos e-sports Tyler Blevins, conhecido mais amplamente como Ninja, que tem 4 milhões de seguidores no TikTok, disse a seus 6 milhões de seguidores no Twitter que já havia excluído o app do celular.
Os usuários leais estão apenas aguardando por enquanto. Mas eles estão preocupados – compartilhando vídeos de si mesmos chorando (e dançando) com hashtags como #TikTokBan, que tem 212 milhões de visualizações, e #SaveTikTok, com 315 milhões de visualizações no aplicativo.
“Se o TikTok perder a confiança dos usuários, eles perderão a relevância”, disse Alexander Patino, vice-diretor do American Influencer Council, uma associação comercial de personalidades de mídias sociais que comercializam produtos online.
Embora existam questões reais de segurança sobre o TikTok, os motivos do governo de Donald Trump são principalmente políticos, o que torna não apenas difícil prever o que Washington decidirá, mas quase impossível retaliar se a proibição ocorrer, disse Justin Sherman, um membro do grupo de estudos Atlantic Council, que se concentra em geopolítica e segurança cibernética.
“Acho que a empresa não poderia fazer nada para acalmá-los”, disse ele.
O TikTok afirmou que nunca forneceu dados de usuários ao governo chinês e que não o fará se for ordenado, acrescentando que a empresa não recebeu nenhuma solicitação para isso.
PATROCINADORES EM ESPERA
O efeito de uma proibição do aplicativo nos EUA seria mínimo no mundo da publicidade, já que o negócio de anúncios do TikTok ainda é incipiente e as marcas migrariam facilmente para outras plataformas, disse um executivo de uma grande agência de publicidade.
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Mas o patrocínio corporativo dos influenciadores já começou a sofrer. Uma grande marca de bens de consumo suspendeu um acordo de cinco dígitos com um influenciador do TikTok por pelo menos dois meses, porque não queria ser associada a notícias negativas sobre o aplicativo, disse Joe Gagliese, presidente-executivo da agência de marketing de influenciadores Viral Nation, recusando-se a revelar o nome da marca.
James Lamprey, um chef de cozinha com 1,2 milhão de seguidores no TikTok, disse que a incerteza levou uma empresa de câmeras que o patrocinava a interromper o acordo para um vídeo patrocinado no valor de US$ 1.000 até que haja mais clareza sobre o destino do aplicativo.
Lamprey disse que começou a tentar fazer com que seus fãs no TikTok o sigam no Instagram. Se o TikTok for banido, o impacto sobre seus ganhos poderá ser enorme, disse ele. (Com Reuters)
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