Com mais pessoas e empresas fazendo transações online durante a pandemia, têm aumentado os lucros das fintechs. Além da abertura de capital de Robinhood, Affirm e Marqeta, esperados em 2021, mais dois unicórnios estão planejando ir a público, de acordo com contatos internos. A AvidXchange, de pagamentos online, e a Flywire, startup que ajuda empresas a receber pagamentos digitais em moedas estrangeiras, estão planejando seus IPOs.
A AvidXchange, cofundada em 2000 pelo empreendedor Michael Praeger, atende empresas de médio porte, como a corretora de imóveis americana Douglas Elliman, e as ajuda a economizar tempo acelerando faturas online. “O ano passado foi nosso sétimo ano consecutivo de crescimento médio de 40%”, disse Praeger à Forbes em maio deste ano. Um mês depois, a receita anualizada da empresa chegou a de cerca de US$ 200 milhões, com mais de 6.000 clientes.
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Um dos concorrentes da AvidXchange é a Bill.com, empresa de capital público em Palo Alto, Califórnia, que permite que pequenas empresas paguem suas contas online. As ações da Bill dispararam 150% neste ano –os investidores hoje as avaliam em US$ 7,6 bilhões. Josh Beck, analista de pesquisa de ações da KeyBanc Capital Markets, empresa de pesquisa de mercado, projeta que a Bill trará US$ 215 milhões em receitas no próximo ano, o que significa que investidores acreditam que a empresa vai valer 35 vezes a sua receita prospectiva. Se a AvidXchange se tornasse pública com fortes margens de lucro e recebesse a mesma recepção calorosa, poderia ser avaliada de forma semelhante à Bill.com. A Avid levantou US$ 1,2 bilhão em financiamentos até agora e foi avaliada pela última vez em US$ 1,65 bilhão, de acordo com a PitchBook. A empresa não quis se pronunciar para a reportagem.
A Flywire foi fundada em 2009 pelo empresário espanhol Iker Marcaide e o ex-executivo de vendas Mike Massaro, que assumiu o cargo de CEO em 2013. Seu software permite que universidades, hospitais e empresas recebam pagamentos em 150 moedas de países diferentes. Os clientes incluem a Cornell University, os hotéis Hilton e a fabricante de transportes pessoais Segway. A Flywire processa mais de US$ 10 bilhões em pagamentos anualmente e ultrapassará US$ 100 milhões em receita este ano, diz Massaro. A empresa tem crescido entre 40% e 60% ao ano nos últimos anos.
O empresário fala que “não pode confirmar nenhum plano” de abrir o capital, mas acrescenta: “Ou você acaba construindo uma empresas onde elas acabam nas mãos de um comprador estratégico, ou você tem abre o capital. Essas duas trajetórias são prioridade para nós”.
Massaro não disse se a Flywire planeja buscar um IPO tradicional ou uma Spac, em que investidores levantam dinheiro, abrem capital de uma empresa com cheque em branco e depois adquirem uma companhia privada, uma porta dos fundos para um IPO. Ele acha que os SPACs são particularmente bons para empresas que desejam abrir o capital rapidamente e que temem que o mercado mude. “Para nós, não acreditamos que você possa controlar o mercado”, diz ele. “Nossa crença é que coisas boas acontecerão de uma forma ou de outra.”
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As opiniões sobre Spacs são mistas entre as fintechs. Os capitalistas de risco de grandes fintechs diriam que as melhores empresas considerariam apenas IPOs tradicionais e listagens diretas, não Spacs. Matt Harris, sócio da Bain Capital Ventures, grande empresa de investimentos financeiros, acha que essas opiniões estão mudando: “Nos últimos seis meses essas fintechs começaram a mudar a opinião sobre os benefícios dos Spacs”, diz ele. “No passado, era muito mais caro fazer uma Spac do que um IPO tradicional. Agora, estão se tornando mais acessíveis.”
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