Pela primeira vez na história, no ano passado a maioria dos robôs encomendados por empresas na América do Norte não se destinou a fábricas de veículos.
A mudança é parte de uma tendência de longo prazo na automação que está se espalhando por mais áreas da economia e que foi acelerada pela pandemia de Covid-19. Varejistas online têm se esforçado para expandir a capacidade à medida que mais pessoas compram produtos pela internet, enquanto diversas fábricas viram a automação como uma ferramenta para manter as linhas de produção funcionando e os trabalhadores distantes uns dos outros.
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As vendas de robôs aumentaram para 31.044 unidades em 2020, um crescimento de 3,5% em relação ao ano anterior, com 52% indo para instalações que fabricam produtos como bens de consumo e farmacêuticos, de acordo com dados compilados pela Associação para o Avanço da Automação. As vendas de robôs representaram no total US$ 1,57 bilhão.
Os pedidos de empresas de ciências biológicas, farmacêuticas e biomédicas aumentaram 69% no ano passado, informou o grupo, enquanto a demanda de empresas de alimentos e bens de consumo cresceu 56%.
“Definitivamente, houve uma melhora em áreas específicas por causa da pandemia”, disse Alex Shikany, vice-presidente de associação e inteligência de negócios da entidade. “A proposta de valor da automação é sempre a eficiência, mas com uma pandemia também é uma forma de afastar os trabalhadores e operar as fábricas 24 horas por dia sem interrupções.”
A indústria de robôs, como a maioria das indústrias, foi duramente atingida durante a pandemia, à medida que as cadeias de fornecimento globais pararam e os negócios fecharam. Mas com a retomada no final do ano, as vendas no quarto trimestre foram as segundas mais altas da história, quase 64% acima do mesmo período do ano anterior, segundo o relatório.
A indústria automotiva, composta por montadoras e fornecedores de peças, há muito tempo domina o mercado de robôs, embora o nível de demanda possa variar dependendo de quantas montadoras estão se reequipando para novos modelos. O setor automotivo foi responsável por dois terços das vendas de robôs em 2017.
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A Procter & Gamble está entre as empresas não automotivas que mais usam automação em suas fábricas e armazéns. Mark Lewandowski, diretor de inovação robótica da empresa, disse que uma década atrás havia menos maquinário projetado especificamente para fábricas que faziam coisas como alimentos ou sabão.
“O setor automotivo era o grande gorila da sala”, disse ele, mas isso mudou. No ano passado, por exemplo, a P&G foi capaz de agir rapidamente em resposta à pandemia para instalar mais robôs em instalações que embalam mercadorias.
“Tradicionalmente, isso era feito manualmente”, disse ele, porque as máquinas que tornariam o processo autônomo eram caras e não tinham a flexibilidade necessária para alternar constantemente entre embalagens de diferentes produtos. Mas com a nova urgência de separar os trabalhadores e a disponibilidade de máquinas mais baratas e flexíveis, isso se tornou possível, disse ele. (Com Reuters)
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