A pandemia aumentou – e muito – a percepção de valor dos pagamentos sem contato. Só no primeiro semestre do ano passado, as operações do tipo movimentaram R$ 8,3 bilhões no Brasil segundo a ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), um volume recorde, 330% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior. O índice é apenas para referência, já que o levantamento inclui só as modalidades sem contato em cartões e mobile wallets NFC, deixando de fora outras categorias, como a captura via QR Code, mas dá uma boa ideia do quanto essa tecnologia foi alavancada pelo receio das pessoas em tocarem nos terminais.
Quem também sentiu a tendência nas operações do dia a dia foi o Sem Parar, empresa de pagamento automático em pedágios, estacionamentos e postos de gasolina, que completou recentemente duas décadas de atuação. “A movimentação dos nossos clientes nos drive-thrus e redes de abastecimento aumentou cerca de 30%”, conta Carlos Gazaffi, presidente da companhia que começou oferecendo pagamentos automáticos nos pedágios e, atualmente, disponibiliza uma série de serviços.
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O executivo explica que, dado o contexto da crise sanitária, 2020 foi um ano de muitas novidades para a empresa. Em setembro, por exemplo, foi lançado no Rio Grande do Sul o Sem Parar Pay, um sistema de pagamento pré-pago via bluetooth que usa o aparelho de celular nas cabines manuais, para atender, principalmente, os motociclistas. “As características de segurança são as mesmas da tag física. O motorista não precisa nem manusear o celular, basta que o aplicativo esteja aberto e que ele informe, ao atendente, que vai pagar dessa forma”, explica Gazaffi, revelando que, em 2021, a intenção é que a solução esteja disponível em 300 praças de pedágio de todo o país e seja estendida para outros usos nos locais onde a empresa já está presente com a tag física. “Essa é a nossa prioridade para este ano.”
Criado em 2000, quando batizou sua solução de sistema de identificação automática de veículos, o Sem Parar conta, atualmente, com 5 milhões de clientes que têm acesso, além das cabines de pedágio do país todo, a 640 postos das redes Boxter, BR, Carrefour e Shell em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo, 1,8 mil estacionamentos em shoppings, aeroportos, hospitais e estabelecimentos de rua em todos os estados, mais de 600 drive-thrus do McDonald’s, Habib’s e Ragazzo, e uma centena de lava rápidos.
“Em 2004, começamos a levar a solução para além das rodovias. O projeto piloto foi o estacionamento do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo”, lembra Gazaffi. Já os anos de 2005 a 2012 foram de forte ampliação regional, consolidando a atuação da empresa em praticamente todos os estados do país. “Em 2013 lançamos o Abastece, programa de abastecimento em parceria com a Shell, que foi ganhando outros parceiros ao longo do tempo.”
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Em 2016, a companhia brasileira foi adquirida pela norte-americana Fleetcor, umas das principais empresas do mundo no fornecimento de soluções para pagamento comercial com presença na América do Norte, América Latina, Europa e Australásia. A partir de 2018, iniciou-se uma fase de expansão, tanto nas opções de uso, quanto na base de clientes. Foi então que surgiram as parcerias para os drive-thrus e com as montadoras, como a Nissan e Volkswagen, de forma que os carros já saíssem de fábrica com a tag. Atualmente, cerca de sete modelos das montadoras já são entregues com o dispositivo.
DIA A DIA MAIS PRÁTICO
A novidade para 2021, adiantada por Gazaffi, é a expansão do serviço para condomínios residenciais e comerciais, por meio de um sistema de identificação dos condôminos que usa a mesma tecnologia dos pedágios – o RFID, ou radiofrequência. “Essa solução está, atualmente, rodando em 10 empreendimentos estratégicos na cidade de São Paulo e, até o fim do ano, a ideia é expandi-la para outros 100”, diz.
No fundo, tudo passa pelo objetivo da companhia de fazer parte cada vez mais do dia a dia de seus usuários, seja para comprar um lanche ou abastecer o carro, seja para pagar o pedágio ou entrar no escritório. “O pedágio continua sendo responsável pelo maior volume de operações, seguido pelo estacionamento, drive-thru e abastecimento. Mas temos investido muito nos últimos anos na construção de redes urbanas, de maneira a amplificar as razões de uso. A realidade é que existe uma parcela grande da população que têm uma vida muito associada ao uso das rodovias, mas há uma parcela ainda maior cuja rotina é dentro das cidades. A nossa meta é que os nossos serviços sirvam para todo mundo.”
O executivo lembra, ainda, da recente parceria com a Zapay, pela qual os clientes podem parcelar – em até 12 vezes – multas, licenciamento do veículo e IPVA pelo app do Sem Parar. “O objetivo da iniciativa era proporcionar alívio financeiro no começo do ano, uma época difícil pra todo mundo. Um mês depois do anúncio, já tínhamos parcelado cerca de R$ 10 milhões em débitos veiculares”, conta o executivo.
Em fevereiro, a empresa passou a aceitar o PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central, para quitação das faturas e recarga dos planos pré-pagos. “A modalidade é ágil, fluída e segura, tem tudo a ver com a nossa proposta”, finaliza Gazaffi.
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