A TOTVS, multinacional brasileira especializada em desenvolvimento de software, ganhou os holofotes no início deste mês após anunciar a compra da plataforma de automatização de marketing RD Station por R$ 1,8 bilhão. Por trás da transação, a maior na história da companhia, há um caminho de resultados financeiros robustos e uma visão estratégica para adentrar em novos setores.
Desde 2018 na liderança da companhia, o CEO Dennis Herszkowicz é uma das mentes na cabine de comando. Em entrevista à Forbes, o executivo diz que o bom momento é resultado de uma boa execução da estratégia traçada em março de 2019, quando a empresa realizou uma segunda rodada de venda de ações, popularmente conhecida como “follow on”.
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À época, a companhia arrecadou R$ 1 bilhão, o que não só injetou recursos financeiros, mas um ânimo para futuras aquisições. “O follow on foi muito importante para a gente porque esses recursos foram utilizados em todos os M&As que fizemos nos últimos dois anos”, afirma Herszkowicz. “Continuamos com capacidade financeira, operacional e vontade de realizar novas compras. Sem dúvida nenhuma seguiremos indo às compras.”
Após a operação, a TOTVS adquiriu cinco empresas, praticamente uma por trimestre fiscal: a Consinco (R$ 252 milhões), desenvolvedora de sistemas para varejo; a Supplier (R$ 455 milhões), companhia de concessão de crédito; a Wealth Systems (R$ 27 milhões), produtora de softwares para gestão de vendas; a Tail Target (R$ 12 milhões) e, por fim, a RD Station (R$ 1,8 bilhão). As cinco compras, somadas, correspondem a R$ 2,5 bilhões.
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A visão por trás de cada uma dessas aquisições está, segundo Herszkowicz, não só no fortalecimento dos principais produtos da TOTVS, que são os softwares de gestão financeira e de recursos humanos, mas também em novas áreas da economia. “Queremos aprofundar a presença em diversos segmentos, verticais, assim como trazer novas soluções que nos permitam fazer um cross sell [tática de vender produtos e serviços em conjunto] e up sell [abordagem de venda com foco em melhoria e atualização de serviços já adquiridos]”, afirma.
PAGANDO AS CONTAS
As aquisições recentes custaram R$ 2,5 bilhões para a TOTVS – valor acima do R$ 1 bilhão captado no follow on de 2019. Herszkowicz diz que a conta fecha justamente por conta dos consecutivos resultados financeiros positivos da empresa. “Nesses últimos dois anos, nós tivemos uma evolução financeira e operacional muito grande”, afirma. “Melhoramos a receita, principalmente a recorrente, que tem crescido a taxas de dois dígitos há 24 meses.”
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Em uma análise dos últimos 24 balanços financeiros, que corresponde ao período fiscal entre 2015 e 2020, a empresa apresentou uma média de R$ 569 milhões de receita líquida em cada trimestre. Além disso, em todos os relatórios apresentados aos investidores nos últimos seis anos, a TOTVS demonstrou ter tido lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, o Ebitda, positivo.
A empresa de tecnologia conta com mais de 40 mil clientes em seu portfólio, que, segundo Herszkowicz, nos últimos 12 meses tiveram receita correspondente a 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. “A gente brinca que, se um dia a TOTVS parar, o Brasil para junto”, conta. “Temos uma representatividade econômica absolutamente incrível.”
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