A Intel anunciou investimentos de US$ 20 bilhões na construção de duas fábricas de semicondutores em seu parque industrial no estado do Arizona, nos Estados Unidos. A medida faz parte de uma série de iniciativas da corporação para aumentar sua capacidade produtiva de processadores, chipsets e soluções tecnológicas para atender a uma demanda global crescente por dispositivos eletrônicos capazes de digitalizar negócios.
Impulsionado pela alta procura por soluções de servidores e computação em nuvem, o setor de produção de semicondutores mundial teve, em 2020, um faturamento de US$ 442 bilhões, de acordo com dados da IDC. A receita global do segmento apresentou um crescimento de 5,4% ante 2019 e foi, segundo a consultoria de dados, influenciado pela pandemia de Covid-19, que forçou a adoção do trabalho remoto e a digitalização de processos corporativos.
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Esse cenário refletiu-se na Intel em 2020. A gigante de tecnologia teve uma alta de 8% na receita bruta, partindo de US$ 72 bilhões em 2019 para US$ 77,9 bilhões no ano passado. Tanto os produtos voltados para hardware, como os processadores e chipsets presentes nos computadores de uso pessoal, quanto as soluções para servidores e centros de dados tiveram crescimento em vendas no último ano da companhia.
Para a diretora-geral da Intel no Brasil, Gisselle Ruiz, a soma do momento atual do setor e os bons resultados apresentados pela empresa no último ano influenciaram a decisão de investir na capacidade produtiva. “A gente vê, já há alguns anos, a digitalização dos negócios e o poder dos dados, mas a Covid-19 acelerou ainda mais esse processo”, afirma. “Estamos passando por uma fase na qual a demanda global por semicondutores só aumenta.”
Com a expansão de setores como computação em nuvem, 5G, IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial provocada pelo interesse da indústria, a Intel prevê que o mercado de manufatura de semicondutores tem um potencial de gerar US$ 100 bilhões adicionais até 2025.
PARA ALÉM DO ARIZONA
A nova planta no complexo industrial no Arizona não será a única aposta da corporação de tecnologia para crescer em 2021 e ir ao encontro da oportunidade de incremento do setor. Junto ao anúncio dos US$ 20 bilhões no estado norte-americano, a companhia também mostrou um plano para expandir sua operação, focando, em um primeiro momento, nos Estados Unidos e na Europa. A proposta é integrar fábricas de parceiros com o modelo de produção flexível de semicondutores da Intel.
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O complemento de fábricas terceirizadas à produção da Intel, segundo Gisselle, é uma estratégia para atender demandas cada vez mais complexas de clientes. “Nós estabelecemos um processo de desenho dos produtos [chips e processadores] mais modular e isso nos permite ter uma produção mais flexível e customizada às necessidades dos clientes”, afirma. “Em um cenário de alta demanda, ter agilidade é essencial.”
Embora a pretensão seja utilizar mais as fábricas de parceiros de negócios para acelerar a entrega dos semicondutores a seus clientes, Gisselle diz que a Intel pretende investir mais, no decorrer dos próximos anos, em suas próprias plantas. “Como nosso CEO [Pat Gelsinger] disse recentemente, esses US$ 20 bilhões são só o começo. Mais novidades serão anunciadas neste ano ainda.” A Intel possui fábricas de testes e produção de semicondutores espalhadas na Costa Rica, China, Estados Unidos, Irlanda, Israel, Malásia e Vietnã.
FOCO TAMBÉM EM SERVIÇOS
Outra proposta da Intel para aumentar sua capacidade produtiva em 2021 é a criação de uma nova unidade de negócio: o Intel Foundry Services (IFS). Esta nova divisão dentro da empresa, segundo Gisselle, terá um foco maior em serviços, possibilitando a integração de talentos, conhecimento e tecnologia entre a Intel e parceiros de negócios. Um exemplo é a parceria anunciada com a IBM, que reunirá pesquisadores da área de semicondutores de ambas as corporações para desenvolver melhores produtos.
O IFS será comandado por um dos líderes da Intel no setor de semicondutores, Randhir Thakur, que está na companhia desde 2017 e possui doutorado em engenharia elétrica pela Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Thakur responderá diretamente ao CEO da Intel, Pat Gelsinger, sobre o andamento da unidade de negócios e sobre os seus avanços.
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