O avanço tecnológico está reinventando o mercado de trabalho com novas profissões – e uma delas é a de influenciador digital. Populares em plataformas como YouTube, Instagram e TikTok, os influencers surgem como criadores de conteúdo capazes de mobilizar e engajar um número considerável de pessoas, tornando-se fortes aliados do marketing na promoção de produtos e serviços.
Foi pensando nisso que a ACOUT+, especialista em mídias sociais e relacionamento entre marcas e criadores de conteúdo, lançou a iniciativa Do Capão para o Mundo, um programa para capacitar e direcionar nano influenciadoras do Capão Redondo, bairro da extrema zona sul de São Paulo, e conectá-las a grandes marcas para que, assim, tenham a oportunidade de se profissionalizarem. Idealizada por Adriana Coutinho, CEO da ACOUT+, a iniciativa reuniu 100 mulheres entusiastas das redes sociais para um curso virtual completo e totalmente gratuito.
Siga todas as novidades do Forbes Tech no Telegram
“Eu nasci no Capão e tenho muito orgulho de ter vindo de lá. No ano passado, com a pandemia, eu percebi o nível de vulnerabilidade das mulheres que vivem lá. Muitas delas perderam o emprego e estavam totalmente perdidas. Por isso, eu resolvi retribuir pelo menos uma pequena parte do que o bairro fez por mim”, afirma a empresária. Desenvolvido em parceria com Emerson Neves, head de marketing de influência da ACOUT+, as aulas ensinaram a gerenciar as redes sociais e a produzir conteúdo relevante.
Depois da capacitação, o programa teve continuidade com a seleção de 15 das 100 nano influenciadoras participantes para integrarem uma extensão da proposta inicial, muito mais detalhada e com outro nível de profissionalização. “Essas mulheres realmente têm um potencial muito grande, no mesmo patamar das outras com quem já trabalhei, porém sem recursos”, explica Adriana. As selecionadas receberam, então, um kit com equipamentos de alta qualidade, incluindo celulares de última geração, ring light e microfone. Com duração de um ano, as aulas contam com cursos de automaquiagem, fotografia, elaboração de mídia kit, selfie, coaching, legislação e ética na internet e até uma preparação psicológica para criar conteúdo na internet. A missão é conectar essas influenciadoras a grandes marcas para que elas tenham uma oportunidade real de trabalho no setor.
“A Adriana tem toda a experiência da parte de mídias sociais, então as meninas estão muito bem atendidas nesse sentido. E eu entrei para ensiná-las a se relacionar com as marcas. Quando encerrarmos o ciclo, elas já estarão preparadas para voar e fazer os próprios negócios”, explica Neves.
Em um primeiro momento, as aulas são gerais, voltadas a todos os setores de produção de conteúdo. Entre as participantes, há maquiadoras, comediantes, modelos, artistas circenses, amantes da beleza afro e da body positivity, entre outras. Depois, as meninas terão, quinzenalmente, atendimentos individuais para falar sobre suas principais dificuldades e receberem um suporte mais personalizado. Todos os dias, as participantes recebem, no grupo de Whatsapp, desafios e dicas para orientar suas redes sociais, mantendo diariamente um contato com as influenciadoras para que possam se aprimorar por meio da prática.
“O projeto causou um impacto muito positivo na minha vida, tanto pessoal quanto profissional. Foram quebrados vários tabus para a gente chegar até aqui: questões como timidez, desenvoltura, conversar com o público e ter uma empatia com ele”, diz Jaqueline Reis, uma das 15 influenciadoras selecionadas. Como modelo, ela afirma que um dos principais aprendizados foi compreender os três pilares para ser uma profissional de sucesso: ganhar dinheiro, ajudar as pessoas e se divertir.
Aline Alexandre, especializada em maquiagem e cabelo, considera fundamental que empresas façam projetos como esse. “É super importante mostrar que na periferia tem muita mulher incrível, forte e determinada, que pode engajar muitas meninas e têm muito conteúdo bom.”
A meta agora é concluir a formação das participantes para que elas iniciem suas carreiras como influenciadoras digitais, contando suas histórias e ganhando espaço para defender suas causas. “São meninas que ganharão uma oportunidade de mudar de vida, mas sem perder a essência guerreira que habita nelas. Não é fabricar uma influencer; é dar um norte para que elas sejam de fato quem elas são. A gente trabalha muito com a confiança e a autoestima dessas mulheres. Não há prazer maior do que cuidar dessas garotas. Elas são brilhantes”, comenta a empresária. A ACOUT+ disse que já está em busca de marcas interessadas em desenvolver a próxima etapa do projeto, oficializando os contratos das influencers, como um primeiro passo na carreira dessas jovens promissoras.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.