Uma nova geração dos chamados reatores nucleares avançados, os quais a cidade de Washington D.C, nos Estados Unidos, acredita que podem ajudar a combater as mudanças climáticas, costuma apresentar maiores riscos do que a energia nuclear convencional, afirmou um grupo científico hoje.
O presidente norte-americano, Joe Biden, fez da contenção das mudanças climáticas um dos pilares de seu governo e apoia pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias nucleares avançadas.
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Os reatores também são populares entre muitos republicanos. Em outubro do ano passado, um mês antes de Biden ser eleito, o Departamento de Energia dos EUA concedeu US$ 160 milhões para TerraPower e X-energy construírem reatores que estariam operacionais em sete anos.
Ao contrário dos reatores convencionais, que são resfriados com água, os reatores avançados são resfriados com outros materiais, como sal fundido, e geralmente são bem menores. Os defensores dizem que são mais seguros e alguns podem usar o lixo nuclear como combustível.
“As tecnologias são certamente diferentes dos reatores atuais, mas não está claro se são melhores”, disse Edwin Lyman, diretor de segurança de energia nuclear da UCS (Union of Concerned Scientists). “Em muitos casos, eles são piores em relação à segurança e ao potencial para acidentes graves e proliferação nuclear”, completa Lyman, autor de um relatório da UCS chamado Avançado Não é Sempre Melhor, que foi lançado hoje (18).
Os reatores nucleares geram energia praticamente livre de emissões, o que significa que terão um papel importante no esforço de descarbonizar a economia até 2050, meta do governo Biden. Mas várias das 94 usinas nucleares convencionais dos Estados Unidos estão fechando, devido aos altos custos de segurança e à competição do gás natural e da energia eólica e solar. Isso ajudou a estimular o financiamento inicial para uma nova geração de reatores.
Segundo o relatório, o combustível para muitos desses reatores teria que ser enriquecido a uma taxa muito maior do que o combustível convencional, o que significa que a cadeia de abastecimento de combustível poderia ser um alvo atraente para terroristas que buscam criar uma arma nuclear.
E fazer combustível para novos reatores com o lixo nuclear de hoje exigiria reprocessamento. Essa técnica não é praticada nos Estados Unidos há décadas por causa dos riscos e preocupações com custos. Outros reatores avançados emitem grandes quantidades de gases radioativos, que seriam outro fluxo de resíduos problemático.
Lyman disse que o dinheiro que vai para o nuclear avançado seria mais bem gasto no reforço das usinas nucleares convencionais contra os riscos de terremotos e mudanças climáticas, como inundações. (Com Reuters)
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