Impulsionado pela pandemia de Covid-19, o e-commerce registrou um crescimento de 19% em vendas no ano passado, alcançando US$ 83,63 milhões (R$ 459 milhões), segundo o banco de dados Statista. Num ambiente digital dinâmico, permeado por redes sociais e marketplaces, empreendedores do Brasil, México e Estados Unidos se juntaram para criar a Merama, uma startup que tem o objetivo de virar sócia dos lojistas e auxiliá-los a atingir o seu potencial máximo.
Fundada em dezembro de 2020 por Sujay Tyle, Felipe Delgado, Olivier Scialom, Renato Andrade e Guilherme Nosralla, a Merama chega ao mercado latino-americano com o caixa cheio. O seu aporte série A, anunciado hoje (28), injetou US$ 160 milhões (R$ 880 milhões) na startup, em uma rodada liderada por fundos conhecidos de venture capital, como Monashees, Valor Capital, Balderton e MAYA Capital.
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E não foi apenas o financiamento da startup que ocorreu em tempo recorde – a equipe acompanhou o ritmo. Entre dezembro do ano passado e abril deste ano, a Merama contratou mais 35 pessoas, chegando a um time de 40 colaboradores. Para o CEO da empresa e Forbes Under 30 da edição 2016 dos EUA Sujay Tyle, a multidisciplinaridade do quinteto fundador foi um dos principais fatores para essa expansão tão rápida. “Nós temos um time diverso e internacional, que proporcionou olhares e ângulos diferentes para os problemas dos lojistas na América Latina”, afirma.
MODELO DE NEGÓCIO
Com sedes no Brasil e no México, a Merama tem como foco ajudar os empreendedores da América Latina. Para isso, no entanto, não oferece uma plataforma de integração de marketplaces, nem ferramentas para criar estruturas de e-commerce. O modelo de operação da startup passa pela oferta por uma parcela das ações da empresa do lojista para, depois, acionar sua equipe, que vai analisar o negócio e identificar potenciais melhorias.
Tyle afirma que a Merama não é uma consultoria, nem uma companhia de M&As. “Nós somos uma empresa que acelera o crescimento de negócios baseados em e-commerce”, diz. “Queremos fazer as empresas renderem 100% de seu potencial, em vez de apenas 2% com as ferramentas disponíveis no mercado.”
Para desenvolver o negócio dos “lojistas-sócios”, a startup utiliza todo o conhecimento dos seus fundadores para atacar em três frentes principais: a primeira é a internacionalização, levando o portfólio de produtos do empreendedor para outros países; a segunda é a tecnologia, por meio de plataformas capazes de automatizar a gestão de marketing, cadeia de suprimentos e finanças; e, a última, é o capital, por meio de injeção de recursos no momento da compra das ações do lojista.
Com o desenvolvimento dos negócios nos quais é sócia, a Merama cresce junto. A perspectiva é que a startup gere US$ 100 milhões em vendas até o final de 2021. No momento, os lojistas-sócios da companhia atuam na oferta de produtos em categorias, como, por exemplo, esportes, eletrônicos, pets e bebês.
PARA ONDE VAI O INVESTIMENTO
Dos US$ 160 milhões captados na série A, uma parte será usada para o desenvolvimento de tecnologia e contratações. Uma segunda parcela vai para a aquisição de ações de potenciais parceiros de negócios. Não será qualquer empresa, no entanto, que passará no crivo da Merama para receber uma oferta de compra de ativos. “Nós preferimos criar um portfólio com poucas companhias de alta performance a sair comprando várias empresas”, diz Tyle.
O caminho para se tornar um lojista-sócio passa por diversas etapas e dura, em média, 45 dias. “Nós analisamos muito bem o empreendedor porque, no final das contas, essa parceria é como se fosse um casamento”, diz o cofundador brasileiro Felipe Delgado. Além do perfil do empreendedor, a Merama aceita apenas marcas que tenham 100% de presença online e leva em consideração informações financeiras da empresa e avaliações da loja em marketplaces e redes sociais para tomar a sua decisão.
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