Depois de obter resultados financeiros sólidos em 2020, que mostraram alta de dois dígitos tanto em faturamento, quanto em número de clientes, a companhia de assinatura eletrônica e gestão de contratos DocuSign quer capitalizar o bom momento para crescer em ritmo acelerado em 2021. Impulsionada pela transformação digital provocada pela pandemia, a companhia de tecnologia tem como objetivo manter a liderança na categoria com investimentos em pesquisa e desenvolvimento, incremento do portfólio de soluções e expansões geográficas estratégicas.
Por conta do desempenho financeiro do ano passado, a DocuSign se tornou uma das “queridinhas” dos investidores da Nasdaq, a bolsa de valores norte-americana focada em empresas de tecnologia. Com uma alta de 49% no faturamento em 2020, que chegou a US$ 1,4 bilhão, e uma base de 892 mil clientes – crescimento de 51% em comparação com 2019 -, a companhia teve uma valorização meteórica em um ano repleto de incertezas. Esses resultados fizeram com que os papéis subissem 200% durante o último ano, saindo de US$ 74,31 por ação para US$ 223.
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Em 2021, o ritmo de crescimento tem se mantido. Na última semana, a companhia divulgou os resultados do primeiro trimestre fiscal, iniciado em fevereiro e finalizado em abril. Nesses três meses, a DocuSign apresentou receita de US$ 469 milhões, alta de 58% perante o mesmo período em 2020, e atingiu a marca de 988 mil clientes, número 10% maior ao registrado em janeiro deste ano.
O PRODUTO CERTO NA HORA CERTA
Para a companhia, o crescimento de 2020 foi consequência de ter um produto pronto e seguro no momento certo. “Nós estamos no mercado há 18 anos. O que vimos no ano passado foi que a pandemia não criou uma proposta de valor para os nossos produtos, mas a tornou óbvia”, afirma o presidente da área internacional da empresa, Michael Sheridan, em entrevista exclusiva à Forbes. “Companhias que antes eram resistentes a mudanças, da noite para o dia tiveram de mudar o jeito de realizar algumas tarefas.”
Na visão do executivo, a empresa já apresentava boas taxas de crescimento antes da crise sanitária, mas quando esta se instalou, acabou por acelerar sua passada no ritmo da transformação digital das demais empresas. “Agora, com o fim próximo da pandemia [nos EUA, 42% da população está totalmente vacinada contra a Covid-19], vemos que as empresas permanecem porque nossas soluções vão além das necessidades impostas pelo isolamento social”, afirma.
A versatilidade foi, de acordo com Sheridan, o grande trunfo da DocuSign para chegar aos seus quase 1 milhão de clientes atuais. “A nossa tecnologia é horizontal e entrega valor para diversas verticais da economia, como saúde, sistema financeiro e setor imobiliário, na digitalização de processos”, diz. “Além disso, nos preocupamos muito em tornar nossas soluções acessíveis para todos os portes de negócios, indo desde as grandes corporações até as pequenas empresas.”
PAPEL E CANETA: PRINCIPAIS CONCORRENTES
O foco principal da DocuSign em 2021 não está em realizar aquisições e nem em fazer expansões internacionais megalomaníacas. A companhia quer melhorar e simplificar o seu produto para reter os clientes que conquistou nos últimos anos. “Nossos maiores concorrentes são o papel e a caneta, e eles estão por aí há muito tempo”, afirma Sheridan. “Sabemos das dificuldades que algumas empresas têm em investir em tecnologia e na mudança, então queremos que, quando esse passo [em prol da tecnologia] é dado, nunca mais se olhe para como as coisas eram feitas antes.”
Para oferecer uma tecnologia simples e segura e se distanciar da concorrência, a companhia tem investido entre 14% e 16% da receita anual em pesquisa e desenvolvimento. Neste ano fiscal, a DocuSign prevê uma receita de US$ 2 bilhões, o que implica dizer que entre US$ 280 milhões e US$ 320 milhões serão aplicados em iniciativas de inovação de seus produtos. “Ter uma Adobe como concorrente nos força a ficar atentos e melhorar sempre nossas soluções”, diz Sheridan.
Dona de aproximadamente 70% do mercado de assinaturas digitais, a DocuSign também tem procurado aumentar o seu portfólio. Além de introduzir recursos para autenticação de signatários, agora a companhia oferece soluções para o gerenciamento de contratos, passando por todas as etapas, como a criação, revisão, aprovação e análise dos acordos.
FOCO NA AMÉRICA LATINA
Com mais de 18 escritórios e 6 mil colaboradores ao redor do mundo, a companhia norte-americana tinha apenas uma sede na América Latina, em São Paulo (SP). No final do mês passado, no entanto, anunciou a abertura de mais uma central administrativa, desta vez na Cidade do México (México). Parte desse movimento vem da vontade de intensificar a atuação na região, que junto ao Oriente Médio, Europa e Ásia, foi responsável por 21% da receita da empresa no primeiro trimestre do ano fiscal de 2022, iniciado em fevereiro.
O movimento foi algo que já tinha sido planejado pela empresa, já que, segundo Sheridan, o nível de aceitação e adoção das assinaturas digitais na região é alto, principalmente puxado pelo Brasil. “Interessantemente, o Brasil tem sido um país líder, seja em economia digital, seja em cultura digital, acelerando a transformação na América Latina”, diz. “Então, é natural que queiramos ser uma parte essencial disso, e vamos investir cada vez mais nessa área.” Nessa nova configuração, o escritório da Cidade do México passará a atender e vender para os outros países de língua espanhola, enquanto o de São Paulo focará no Brasil.
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