A startup de logística e gestão de frotas Cobli possui um plano de crescimento bem definido para os próximos dois anos. A perspectiva da empresa é dobrar a sua receita tanto neste ano, quanto no próximo, por meio da captação de novos clientes e da diversificação do seu portfólio de serviços. Para alcançar essa meta, acaba de captar R$ 175 milhões em uma nova rodada de investimentos, a sua série B, liderada pelo fundo japonês Softbank. Qualcomm Ventures, NXTP Ventures, Fith Wall e Valor Capital também participaram do aporte.
Com mais de 3.000 clientes corporativos de 150 indústrias diferentes, a Cobli oferece uma plataforma de gestão de frotas que permite acompanhar, em tempo real, todos os veículos de uma operação. Para isso, a startup utiliza recursos da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), instalando sensores nos automóveis, que captam dados e os transmitem para um sistema, que unifica todas as informações. Assim, quem contrata o serviço consegue avaliar o consumo de combustível, verificar a velocidade dos veículos, roteirizar rotas mais eficientes em tempo e gerar alertas para manutenções.
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A plataforma da Cobli já mapeou mais de 1 bilhão de quilômetros rodados desde 2017, quando foi fundada pelo empreendedor brasileiro Rodrigo Mourad e pelo norte-americano Parker Treacy. Além dos dados próprios, captados pelos veículos conectados à sua plataforma, a startup também integra outros serviços para incrementar as predições realizadas por sua inteligência artificial. “Usamos o Google Maps, serviços de informação sobre clima e índices econômicos, como o preço de combustível, por exemplo”, diz Mourad. “A gente tem um bom histórico de dados aqui. Quanto mais informação eu tiver, maior é a minha capacidade de criar modelos de análises melhores para ajudar os meus clientes a economizarem em gasolina.”
O apelo da utilização de dados para a gestão de frotas foi o que chamou a atenção dos investidores nesta nova rodada. “Estamos animados em nos juntar e apoiar a missão de trazer insights e eficiência para as frotas em toda a América Latina”, afirma o investidor do Softbank, Matt Pieterse. Para o diretor da Qualcomm Ventures, Michel Glezer, que também participou da captação, a startup possui um produto que está alinhado com o futuro do setor. “Os veículos conectados tornaram-se um dos mais importantes motores de transformação para os setores automotivo e de logística. Estamos entusiasmados por investir na Cobli para acelerar a adoção de frotas conectadas.”
Com o caixa recheado, a startup deve refinar os seus sistemas de captação e análise de dados, que compõem a plataforma utilizada pelos clientes. “Queremos conectar cada vez mais veículos e frotas para utilizarmos as informações para beneficiar as empresas”, diz Mourad. “Vamos investir bastante em melhorias no tratamento e refinamento dos dados, além de melhorar nossas análises preditivas, que aconselham otimizações de processos.” Para incrementar mais a coleta de informações, a Cobli planeja não só utilizar sensores nos automóveis, mas também embarcar câmeras para avaliar o comportamento de direção e promover a segurança dos veículos.
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O time de tecnologia deve crescer no próximo ano. A companhia conta hoje com mais de 200 colaboradores, um número 12 vezes maior do que o registrado no primeiro ano de operação. “Tecnologia é uma das áreas que mais crescem na empresa, mas há outras que também estão em expansão, como o time de sucesso do cliente, que faz treinamentos para os nossos consumidores. Vendas, operações e finanças também crescerão bastante”, diz Mourad. O plano da companhia é ter 500 funcionários até o final do ano que vem.
Outro ponto de atenção será no desenvolvimento de novas soluções para a sua plataforma por meio de parcerias. “Nossos dados também podem ajudar os nossos clientes com produtos que não são nossos”, diz Mourad. “Sabemos, por exemplo, que nossos consumidores gastam muito dinheiro com combustível e seguros e temos como ajudá-los nisso.”
Um exemplo dessa estratégia é a parceira da logtech com as empresas Alelo e Sodexo – ela mapeiam o preço da gasolina nos postos, enquanto a Cobli pesquisa qual é a melhor opção para abastecimento em uma rota determinada. A próxima solução conjunta desenvolvida pela empresa de Mourad e Treacy é voltada para o setor de seguros. “Queremos ajudar as companhias parceiras a colocarem outras variáveis no cálculo do seguro, que vão além dos dados demográficos, como idade, gênero e localização, e incluem informações comportamentais na direção.”
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