O mercado brasileiro de robótica cresce em ritmo acelerado. De acordo com o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots, o número de robôs no país aumentou 68% em um ano, passando de 60 mil em 2019 para 101 mil em 2020. Do total, 24 mil já estão em operação, e trocam cerca de 92 mil mensagens por mês com humanos, via sistema chatbot. Dados apresentados pela empresa de inovação aberta Distrito apontam para uma participação importante do uso dos robôs no ramo da saúde. Houve, no Brasil, um crescimento de 60% no uso da cirurgia robótica de 2017 para 2018. No início do ano passado, as máquinas já estavam presentes em 41 hospitais e em mais de 2.300 cirurgias.
No nível global, as projeções são de que o mercado de robótica cresça de US$ 25 bilhões em 2021 e para até US$ 260 bilhões em 2030, de acordo com o novo levantamento da empresa de consultoria BCG (Boston Consulting Group). Segundo a instituição, o setor será impulsionado por mudanças no perfil do consumidor, crescimento econômico global e velocidade dos avanços tecnológicos, principalmente ligados à inteligência de máquina, internet das coisas e inteligência artificial. “As empresas já consolidadas precisarão de agilidade para atender às demandas do mercado. As mudanças devem partir de companhias menores e startups de robótica, que podem conquistar uma fatia importante desse mercado”, diz Otávio Dantas, diretor executivo e sócio do BCG.
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A companhia atenta para três possíveis cenários do setor volta de 2030. O primeiro é o surgimento de soluções personalizadas para atender a aplicações específicas, como uma máquina para coletar amostras de sangue ou para a colheita de framboesas. A empresa também prevê a consolidação de robôs como dispositivos de automação padrão, feitos com sistemas menos complexos e altamente padronizados para serviços de entrega ou abastecimento de veículos elétricos. O último cenário é o Google World, no qual avanços em inteligência de máquina e conectividade resultarão em robôs inteligentes lidando com situações complexas e dinâmicas, como a manutenção de ferrovias ou aeroportos.
Veja, na galeria a seguir, as sete tendências de robótica apontadas pelo BCG:
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Teera Konakan/Getty Images 1. Robôs de serviço vão liderar o setor
A previsão da consultoria é que os robôs de serviço se tornem os líderes do mercado, representando entre U$S 90 bilhões e US$ 170 bilhões do faturamento global. Os próximos dois anos, entre 2021 e 2023, prometem ser ainda mais movimentados para a categoria, quando a taxa de crescimento anual média deve variar de 25% a 35%. Já os robôs de indústria e de logística, hoje líderes do mercado, ficarão para trás, mas manterão sua relevância gerando cerca de US$ 80 bilhões no mesmo período.
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wonry/Getty Images 2. Perfil dos consumidores vai aumentar a necessidade de robótica
Até 2030, o comportamento dos consumidores deve mudar significativamente. Segundo o BCG, o envelhecimento demográfico resultará em uma maior necessidade pelo uso de robôs, com o intuito de ajudar a sociedade na higiene pessoal, prática de exercícios e entrega de refeições. A expectativa é que as máquinas ofereçam serviços cada vez mais rápidos e personalizados às necessidades dos proprietários humanos, e também sejam frequentemente usadas na manufatura e logística. As demandas globais por reciclagem e sustentabilidade exigirão que os robôs realizem tarefas complexas de desmontagem e classificação dos resíduos.
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Andriy Onufriyenko/Getty Images 3. Robôs assumirão profissões de salários tradicionalmente mais baixos e de menores habilidades
“Os salários dos operários chineses já dobraram desde 2007 e, na Índia, aumentaram mais de 50% no mesmo período”, aponta o relatório. Conforme as pessoas avançam em tarefas mais bem remuneradas, a projeção é que os robôs assumam as profissões de salários tradicionalmente mais baixos, com o objetivo de suprir a escassez de trabalhadores manuais.
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Kilito Chan/Getty Images 4 – Avanços tecnológicos vão melhorar a interação humanos-robôs
“O desenvolvimento rápido de inovações de inteligência de máquina, conectividade e controle permitirá a expansão dos recursos e do escopo do robô, ao mesmo tempo que simplifica as interações com os humanos”, diz a BCG. A tendência é que as máquinas consigam se adaptar rapidamente às novas tarefas a que forem submetidas, tenham melhores movimentos autônomos e façam análises mais assertivas de dados e das operações de uma empresa.
Espera-se que as pessoas deixem de comprar sistemas de robôs centrais (com as mesmas funções de um braço humano) para adquirir sistemas modulares mais amplos, como controladores de borda, visão de máquina, softwares e inteligência artificial para atividades inteligentes e autônomas.
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Peter Cade/Getty Images 5 – Robôs vão continuar aprendendo
O mercado como um todo já utiliza ferramentas para ensinar os robôs a resolverem problemas reais, mas o método ainda precisa de ajustes. Uma pesquisa feita pelo instituto de Inteligência Artificial OpenAI, mostrou esta tendência na prática. O estudo utilizou uma mão robótica para solucionar um cubo de Rubik sem intervenção humana. Em cerca de 50 horas, o sistema, usando nuvem e computação distribuída, acumulou cerca de 100 anos de experiência e foi capaz de resolver o cubo. “Com as melhorias que já observamos na ciência da computação e na inteligência artificial, a tendência é que os robôs consigam reagir a situações mais complexas e interpretar diferentes cenários”, diz Otávio Dantas, diretor executivo do BCG.
Com melhorias contínuas na ciência da computação e nos sistemas utilizados na fabricação dos robôs, a expectativa é que as máquinas tornem-se cada vez mais inteligentes, se adaptando a cada situação para atingir metas pré-definidas.
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zf L/Getty Images 6 – Automóveis inteligentes
Estima-se que, em 2030, os veículos autônomos nível 3 (carros que dirigem sozinhos, em condições ideais de tempo e estradas desimpedidas) representem cerca de 8% das vendas de carros novos. “Eles serão capazes de transitar de forma eficiente, sinalizando ou parando quando a ajuda de um humano for necessária”, aponta o BCG. As máquinas de nível 4 (totalmente autônomas, capazes de se deslocar sem a necessidade intervenção humana) devem se consolidar a partir de 2030, com um sistema que para apenas em situações raras, mas sem precisar do envolvimento humano.
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gremlin/Getty Images 7 – Maior concorrência vinda da Ásia
Empresas asiáticas de robótica, hoje uma pequena fatia do mercado, devem crescer e competir diretamente com as norte-americanas e as europeias. De acordo com o BCG, “organizações chinesas e coreanas – muitas das quais estrearam apenas nos últimos dez anos – têm uma presença de mercado limitada hoje, mas provavelmente terão um crescimento substancial na próxima década. Mais equipamentos robóticos serão necessários para setores como a logística, e os fabricantes locais deverão se ajustar às demandas.
1. Robôs de serviço vão liderar o setor
A previsão da consultoria é que os robôs de serviço se tornem os líderes do mercado, representando entre U$S 90 bilhões e US$ 170 bilhões do faturamento global. Os próximos dois anos, entre 2021 e 2023, prometem ser ainda mais movimentados para a categoria, quando a taxa de crescimento anual média deve variar de 25% a 35%. Já os robôs de indústria e de logística, hoje líderes do mercado, ficarão para trás, mas manterão sua relevância gerando cerca de US$ 80 bilhões no mesmo período.
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