O BC (Banco Central do Brasil) já vem atuando para implementar no país o open banking. O modelo permite que usuários do sistema financeiro compartilhem suas informações com outras instituições, não apenas da qual é cliente – desde que forneçam uma autorização expressa para essa movimentação. A fase 3, na qual os clientes poderão fazer pagamentos Pix por meio de aplicativos que não sejam o do seu próprio banco, está prevista para 29 de outubro. Um levantamento feito entre junho e julho mostrou que só uma em cada três empresas brasileiras estão em processo de adesão do sistema aberto. A pesquisa foi feita pela Quanto, plataforma onde fintechs, bancos e usuários podem compartilhar dados sobre finanças.
O trabalho veio de uma demanda da Opinion Box e está sendo divulgado com exclusividade pela Forbes. Foram ouvidos 1.021 profissionais de empresas de todo o Brasil. Os resultados mostram que 84% deles já ouviram falar em open banking mas, ao aprofundar o nível de conhecimento, só 44% afirmam entender ao menos um pouco sobre o tema. “Sempre que surge uma nova ferramenta, é natural que o mercado precise de um tempo para descobrir seus benefícios e possibilidades. A expectativa é que, aos poucos, as companhias se familiarizem com o tema”, diz Gustavo Bresler, gerente de estratégia da Quanto.
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O estudo ouviu colaboradores de médias e grandes empresas de diferentes setores, incluindo serviços, tecnologia, educação, saúde, manufatura e varejo. Do total, 54% dos entrevistados afirmou que suas companhias têm a intenção de se preparar para o open banking. Porém, apenas 3 em cada 10 profissionais disseram que essas empresas já haviam iniciado o processo. Para os entrevistados, as principais vantagens de adotar o sistema financeiro aberto são: melhorar a análise de crédito (60%), evitar fraudes (57%) e aperfeiçoar e acelerar a identificação dos clientes (55%). “Até agora, quem buscava um empréstimo ficava limitado à sua agência. Se tentar outro banco, precisa fornecer todo o extrato financeiro e, muitas vezes, nem saberia como fazer. Com o open banking, a partir do consentimento do usuário, as instituições já têm acesso aos dados e podem analisar o pedido rapidamente”, diz Bresler. O cliente que quiser comprar um carro, por exemplo, pode receber ofertas de todas as instituições reguladas pelo BC que oferecem financiamento.
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Segundo o especialista, existe aí uma chance de aumento de competitividade para as empresas. A expectativa é que as instituições financeiras abaixem o preço dos serviços para conquistar e reter clientes. “Todos os bancos precisam fazer o processo know-your-customer [conheça o seu cliente]. Alguns apps fazem isso com uma prova viva, na qual o usuário precisa tirar uma foto sua segurando o RG para validar o cadastro. Com o open banking, os dados validados já estarão disponíveis para outras empresas.”
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