A Black Friday, sexta-feira de descontos que ocorre neste 26 de novembro, tornou-se um dos principais períodos de consumo no Brasil. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a data vai movimentar R$ 3,9 bilhões neste ano e é fundamental para o crescimento das vendas on-line. De acordo com o Ebit Nielsen, o e-commerce brasileiro cresceu 31% no primeiro semestre de 2021, movimentando R$ 53,4 bilhões. Esse período de intensidade e volume de transações também é importante para testar formatos, já que, neste dia, existe concentração de transações.
Live-commerce, por exemplo, há alguns anos, já é apontada como uma plataforma importante de conversão e aparece cada vez mais na estratégia das redes varejistas. A pedido da Forbes Brasil, Andrea Dietrich, consultora especializada em varejo, elencou algumas tendências, além de tecnologias e formatos que já foram testados em outros momentos, dentro e fora do Brasil, e que serão relevantes na Black Friday deste ano.
Metaverso
O tão falado metaverso adiciona à Black Friday uma série de ferramentas de interação que impactam na experiência de consumo. “Ao invés de apenas acompanhar ao feed das redes sociais e fazer compras online nos sites, os consumidores, cada vez mais, têm a possibilidade de explorar espaços virtuais para experimentar, comprar e criar itens para avatares. De acordo com uma pesquisa da Shopify, os clientes que visualizaram um produto em realidade aumentada têm 65% mais probabilidade de fazer uma compra”, diz Andrea.
Avatares
O time de avatares de marcas que atuam como influenciadores no Brasil vem crescendo. Depois de a Lu, do Magalu, ter se tornado uma referência de interações virtuais, e outras empresas como Carrefour, Amaro, Natura e Casas Bahia adotarem suas próprias personas digitais, a Riachuelo lançou, em outubro, três modelos virtuais de uma só vez. Helô, Helen e Helena atuarão como porta-vozes, assistentes de atendimento e influenciadoras. Nesta semana, a Sabrina Sato anunciou a Satiko, sua persona digital que também promoverá produtos e serviços além de conteúdo.
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Hiperpersonalização
De acordo com Andrea, o fato de a pandemia ainda existir faz com que os ambientes físicos sejam um desafio para muitos. Ao mesmo tempo em que a experiência de compra na internet também precisa melhorar. “Isso potencializa o uso de plataformas que permitam maior precisão em experimentação, por exemplo. Segundo o Google, os consumidores têm 40% mais probabilidade de gastar mais do que o planejado quando as experiências são altamente personalizadas. Levar o provador virtual para o centro dessa experiência de compra é importante.”
Economia Circular
“Ao invés de comprar itens novos com desconto, que tal devolver algo que não serve mais e ter desconto em um novo contribuindo com a sustentabilidade? Essa foi a proposta da sueca Ikea, na Black Friday de 2020, que vem inspirando outras marcas. Eles compram de volta os móveis usados em troca de um cartão de reembolso Ikea para novos. Em seguida, revendem dando a chance para outra pessoa dar uma segunda vida e por um preço acessível”, sinaliza Andrea.
Gamificação
Há dois anos, a Amazon utiliza o Amazon Truck com a proposta de levar a loja até praças ou regiões específicas com um número limitado de produtos e ofertas através de um estímulo gamificado. “As ofertas podem ser descobertas e destravadas através do aplicativo da marca. Os participantes optam por receber uma mensagem de texto que os alertam sobre as promoções, para que possam agir com rapidez suficiente para pegá-los antes que se esgote.”
Anti Black Friday
A marca de roupas Patagonia foi uma das primeiras a levantar a bandeira do movimento consumista na Black Friday. “No caso, ela criou uma ação fechando suas lojas nessa data, estimulando as pessoas para que, ao invés de comprarem, aproveitassem a vida outdoor. Alguns anos depois a marca doou 100% dos lucros da Black Friday para organizações ambientais sem fins lucrativos em todo o mundo. Esses movimentos de repensar o próprio consumo da ocasião serão cada vez mais reais e presentes na comunicação do período.”
Qwick Commerce
“Se uma das grandes tendências do e-commerce está nas entregas quase em tempo real, chegando a 10 ou 15 minutos, existe um desafio em como otimizar a cadeia para atender as necessidades nesse tempo. Conectar quem tem com quem está buscando é a premissa. Por geolocalização, pode-se integrar o WhatsApp das lojas para que avisem se possuem aqueles itens para ser vendidos a quem precisa”. Mercado Livre e Amazon, no Brasil, lançaram programas e testam formatos que adotam esse dinamismo.
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Convertional Commerce
“Foi-se o tempo em que a gente tinha que ficar ouvindo as ofertas num comercial de trinta segundos na televisão. A forma de contar sobre suas ofertas também pode mudar. Um audiobook no Spotify pode levar os clientes a imaginarem essas ofertas enquanto caminham, cozinham ou se exercitam e conectá-los ao WhatsApp para a conversão”
Dynamic Pricing
A precificação dinâmica ocorre quando as empresas ajustam o preço para refletir a demanda do consumidor. “Uma grande referência de um modelo novo de precificarão é a startup StockX, onde a própria comunidade regula o preço dos itens, como uma grande bolsa de valores. Embora não seja um fenômeno novo, a inteligência artificial e as novas tecnologias o tornaram mais preciso e acessível. Empresas como a Amazon já usam esse tipo de tecnologia há tempos para melhorar sua estratégia de preços a partir dos dados.”
Desconto por Emoção
“Assim como temos tecnologia para medir os sentimentos das pessoas quando entram na loja por zonas de calor, agora temos a versão de inteligência de sentimentos também para o mundo virtual. Já que 95% das decisões de compra são movidas por emoções, porém, apenas 24% dos profissionais de marketing usam dados comportamentais do cliente para o bem de seus negócios. Então que tal descontos progressivos conforme sentimento gerado no cliente? As ofertas podem ser ajustadas ao longo do dia de acordo com o tracking de sentimento e do que funciona melhor no site.”