O projeto financiado nacionalmente que começa em Bucheon tem previsão de início de operações em janeiro e usa algoritmosde IA e tecnologia de reconhecimento facial para analisar imagens coletadas por mais de 10.820 câmeras. O sistema promete rastrear os movimentos de um paciente infectado, pessoas com quem ele teve contato próximo e se estava usando máscara, de acordo com um plano de 110 páginas submetido ao Ministério da Ciência e Tecnologia da Informação e Comunicação, e fornecido à Reuters por um parlamentar crítico ao projeto.
O monitoramento pode rastrear até dez pessoas simultaneamente em cinco a dez minutos, reduzindo o tempo gasto no trabalho manual que leva cerca de meia hora a uma hora para rastrear uma pessoa, segundo o documento.Bucheon recebeu 1,6 bilhão de wons (1,36 milhão de dólares) do ministério e injetou 500 milhões de wons do orçamento da cidade no projeto para construir o sistema, disse um funcionário-público de Bucheon.
Defensores dos direitos humanos e alguns parlamentares sul-coreanos expressaram preocupação de que o governo retenha e aproveite esses dados muito além das necessidades da pandemia.”O plano do governo de se tornar um Big Brother sob o pretexto da Covid é uma ideia neototalitária”, disse Park Dae-chul, parlamentar do principal partido oposicionista, Poder Popular, que forneceu o plano da cidade à Reuters.
Um funcionário de Bucheon disse que não há preocupações com a privacidade porque o sistema coloca um mosaico sobre os rostos de qualquer pessoa que não seja monitorada.“Os rastreadores de contato seguem essa regra para que não haja risco de vazamento de dados ou invasão de privacidade.”
A Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA) disse que o uso de tal tecnologia é legal, desde que seja usada dentro do âmbito da lei de controle e prevenção de doenças. Os planos para varreduras de reconhecimento facial com IA surgem enquanto o país experimenta outros usos da polêmicatecnologia, desde a detecção de abuso infantil em creches até o fornecimento de proteção policial.
(Da Reuters)