O Itaú Unibanco vive uma fase marcada por maior aproximação com startups e investidores. Milton Maluhy Filho, CEO do banco, anunciou ontem (7) a criação de uma nova área liderada por ele. O projeto é marcado pela contratação de Anderson Thees e Manoel Lemos, executivos reconhecidos entre investidores e empreendedores digitais.
Anderson Thees é Engenheiro da Computação pela Unicamp, com MBA na Yale School of Management e Stanford Executive Program (SEP). Com quase 20 anos de experiência em venture capital, teve passagens como investidor na Eccelera e em corporate venture na Naspers, antes de cofundar a Redpoint eventures em 2012. Manoel Lemos é Engenheiro da Computação pela Unicamp, com especializações em Estratégia, Inovação e Venture Capital pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Berkeley.
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A nova iniciativa contará ainda com a liderança de Pedro Prates, cofundador e hoje líder do Cubo Itaú. No Itaú Unibanco desde 2011, o executivo tornou-se sócio em 2019. A iniciativa envolverá diferentes áreas da instituição e será construída em conjunto com os vários segmentos do ecossistema empreendedor. De acordo com Milton, com a chegada dos profissionais “tem início um diálogo amplo com agentes do mercado, incluindo investidores, fundos, corporações, entidades do ecossistema e, principalmente, os empreendedores.”
Foco em transformação
Em entrevista recente à Forbes Brasil, Milton destacou a primeira fase do processo de transformação do banco, que inclui novas diretrizes de gestão e uma releitura do que, na prática, significa inovação. Em 2021, assim que assumiu como CEO do Itaú Unibanco, no lugar de Candido Bracher, Milton Maluhy anunciou, como uma de suas primeiras medidas a eliminação de um nível hierárquico. Desde então, não existem mais vice-presidências no banco. Todos os integrantes do Comitê Executivo são diretores. Segundo o CEO, essa estrutura, que completa onze meses, dá mais autonomia aos líderes de negócios, humaniza as relações e torna o processo decisório mais simples e ágil.
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Segundo Maluhy, essa, entre várias outras mudanças nasceram com o objetivo de dar agilidade a uma corporação de quase 100 mil funcionários, permitiram um avanço considerável no processo de digitalização e inovação do banco. “Apenas em 2021, mais de 30 provas de conceito (projetos em fase inicial), que nasceram de iniciativas no Cubo, foram realizadas em diversas áreas do banco somando mais de 100 contratos fechados”, afirma.
“Mais do que uma transformação digital, estamos no meio de um processo de transformação cultural. Ser digital não significa ter um atendimento 100% remoto, via aplicativo ou site, mas atender aos clientes nos canais, formatos e momentos mais adequados para eles. Para alguns clientes, isso significa pedir um cartão de crédito diretamente pelo aplicativo. Para outros, é ir até uma agência para conversar com gerente da conta pessoalmente e tirar dúvidas antes de contratar um crédito para financiar a casa própria”, ressaltou Milton.