Aos poucos, os números começam a mostrar o avanço da presença feminina na tecnologia. Levantamento da Catho, realizado de janeiro a fevereiro deste ano, mostra o aumento na presença de mulheres em cargos relacionados à tecnologia. Nestes dois meses, a presença das mulheres chegava a 23,6% dos postos enquanto os homens estavam em 76,4%. Apesar de positiva, a notícia também ilustra o quanto esse crescimento é paulatino e demanda atenção.
De acordo com Patricia Chacon, presidente da Liberty Seguros Brasil e Yara Areas, sócia e head de engenharia de produtos do C6 Bank, a situação vem melhorando, mas exige, principalmente das lideranças, cada vez mais diálogo e compartilhamento de boas práticas internas para que a equidade de gênero na tecnologia faça cada vez mais sentido. Patricia e Yara participaram do primeiro episódio do podcast Forbes Cast, desenvolvido pela Forbes em parceria com a Algar Tech.
Ouça aqui o epísódio:
Equatoriana, Patricia Chacon mudou-se para os Estados Unidos com 17 anos onde se formou em Economia e História da Arte. Trabalhou com projetos de impacto social em Gana pela Unicef e na Women in Progress, também passou pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Voltou aos EUA para fazer o MBA em Boston e entrou na Liberty Seguros, em um programa de trainee. De lá, veio direto para o Brasil em 2012, na Liberty Seguros, trabalhar com estratégia, marca e inovação digital. Em abril de 2021, em plena pandemia, assumiu o posto de CEO da companhia.
Já Yara Areas tem formação em engenharia de software e processamento de dados, MBA pela FGV e duas décadas de experiência em desenvolvimento de software e governança corporativa. No C6 Bank, é head de engenharia de produtos e lidera um grande time de tecnologia que aplica metodologias ágeis para o desenvolvimento de produtos do banco.
Diálogo e acolhimento
Abrir conversas, entender o papel do acolhimento e criar espaços seguros para as mulheres no ambiente corporativo são elementos fundamentais para que o círculo virtuoso de equidade faça sentido, como explica Patricia Chacon. “Precisamos dialogar e ter ambientes seguros não só para a inclusão da mulher, mas também olhar para a equidade racial e outros recortes inclusivos. O principal comportamento que temos que evitar, como líderes, é deixar de discutir por medo de errar. Todos erraremos, mas com a intenção de abrir conversar verdadeiras e corajosas”, explica Patrícia.
“No C6 Bank essa também é uma conversa muito presente. É importante discutir, independentemente de qual seja a dificuldade da conversa. E esse exercício vai muito além da diversidade, mas é uma nova forma de pensar o modelo de negócio. Todos os problemas que minha marca se propõe a resolver demandam olhares mais diversos, perspectivas e repertórios muito mais amplos. Quando falamos de colocar o cliente no centro, o grande desafio é ter um contexto de novas perspectivas e narrativas”, explica Yara.
Vivências, repertório e liderança
Outro elemento importante desta discussão, segundo Patrícia, é respeitar a vivência e história de cada profissional. “Por muitos momentos, na minha carreira, eu fui considerada a diferente. Por ser equatoriana nos Estados Unidos, entendi a importância de agregar uma nova perspectiva. Essa diversidade, logo depois, quando eu já estava no mundo corporativo, me ajudou a trazer uma diferença de olhares e perspectivas que enriquecia a conversa. Estou no Brasil há dez anos, fui muito bem acolhida e toda minha história também contribuiu para minha trajetória.”
Já Yara destaca que existem novos movimentos, sobretudo geracionais que vêm ampliando a participação das mulheres no mercado de trabalho. “Quando comecei a trabalhar vi a dificuldade de inserção da mulher em tecnologia e percebi que muitas foram abandonando o segmento ao longo do tempo. Hoje, vejo um movimento diferente de uma nova geração não só em tecnologia, mas também em matemática e ciências em geral.”
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