Confiança não se constrói da noite para o dia: ela é resultado de tempo, de troca e de investimento – assim como bons negócios. Priorizar as relações no presente é chave para solidificar os contatos que podem crescer ao longo do tempo. Após mais de dois anos vivendo em um cenário de distanciamento social, as conexões ganham um novo valor com os reencontros, as reuniões e eventos presenciais e a possibilidade de voltar a estar junto de novas formas.
Hoje, podemos contar com a tecnologia para uma série de operações automatizadas, que mais do que nunca facilitam nosso dia a dia, e é nas áreas onde a tecnologia não toca que confiança é peça chave. Certamente todo bom líder ao tomar uma decisão leva em consideração análises internas, dados de mercado, sua experiência, mas, para além disso, as conexões que estabeleceu ao longo do caminho e a visão de pessoas de confiança. Esse elemento atua como um ingrediente secreto, nem sempre devidamente valorizado, que faz a diferença no resultado final e deve ser aplicado para o sucesso nas relações entre equipes, parceiros e com clientes.
Criando conexões de valor
Em um mundo híbrido, no qual os pontos de contato são cada vez mais digitais, criar experiências transparentes para os clientes se torna parte essencial na jornada. Para a maioria dos CEOs (60%) à frente das organizações financeiramente mais bem sucedidas, entregar uma melhor experiência de cliente é uma prioridade, segundo estudo do IBM Institute for Business Value (IBV). No mundo, apenas 21% das empresas estão no estágio avançado de maturidade em termos de experiência do cliente, sendo que na América Latina estamos à frente (39%) 1 .
Para fazer da construção de confiança um processo consciente é preciso escuta ativa, empatia, conhecimento e domínio sobre o que se faz, para que seja possível aprofundar as conexões entre pessoas de todo o ecossistema e torná-las relações de troca colaborativa e construtiva. Hoje o conceito de ecossistema é fundamental para crescer. As empresas que utilizam os ecossistemas de negócios estarão mais bem posicionadas para gerar inovação e eficiência para criar valor para os clientes. Um bom entendimento desse cenário do ecossistema de negócios é chave não só para acompanhar, mas sim para se adiantar ao ritmo da mudança.
Longe de ser uma questão individual, é algo que deve permear o dia a dia da cultura da empresa. Uma liderança conectada sabe ouvir além de falar, está atenta, próxima da execução do negócio e coloca a mão na massa para fazer acontecer junto aos diversos públicos de interesse. Porém, apenas cerca de um terço das organizações afirmam ter uma comunicação autêntica e empática da liderança, segundo outro estudo do IBV. É preciso que os líderes cuidem do engajamento de maneira personalizada e reforcem de maneira intencional uma cultura inclusiva no local de trabalho e gerem um espaço de cocriação.
Raízes sólidas
Relacionar-se com outros pode parecer intuitivo, porém, só será proveitoso se for tratado com prioridade, foco e de maneira genuína. Ao ser autêntico, cuidar das relações e fomentar o mesmo no seu entorno, surge a capacidade de se diferenciar por quem você é, fortalecendo a base dos relacionamentos e impulsionando as conexões.
Olhar para as relações como um investimento que precisa ser alimentado com atenção, cuidado e constância, faz com que sejam criados laços capazes de ampliar os horizontes e possibilidades.
Tonny Martins é gerente geral da IBM na América Latina. O executivo começou sua carreira como estagiário na empresa há 29 anos e ocupou diversas posições de liderança nos segmentos de Serviços, Soluções e Consultoria de Negócios.
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