Qual o papel do CEO em um processo de transformação digital e cultural de uma empresa? E como liderar pelo exemplo? Essas são algumas das perguntas respondidas por Paulo Samia, CEO do UOL, e Alfredo Lalia Neto, CEO da Sompo Seguros, no segundo episódio do Forbes Cast em parceria com a Algar Tech que coloca em perspectiva os aprendizados de grandes empresas em relação à digitalização.
De acordo com Paulo Samia, do UOL, no caso do ecossistema de conteúdo, vive-se uma mudança intensa não só no consumo, mas também na perspectiva sobre as plataformas digitais. “Nestes 25 anos em que o UOL atua com conteúdo no Brasil, a gente viu os hábitos mudarem muito. Antes o consumo era muito mais reativo, as pessoas consumiam o conteúdo digital da mesma maneira que o impresso. No entanto, com o crescimento acelerado de novas tecnologias, os hábitos mudaram e o digital passou a ser mais veloz e orgânico”, destaca.
Na indústria de seguros, segundo Alfredo Lalia Neto, CEO da Sompo Seguros, explica que a indústria vende um serviço que é precificado através dos dados, logo, recebe um impacto direto da digitalização e do avanço tecnológico. “A grande transformação do mercado de seguros, que sempre foi um mercado matemático na essência, foi a mudança dos padrões estatísticos contextuais para um foco cada vez maior no comportamento e no hábito dos clientes demandando maior conhecimento dos consumidores a partir dos dados”, destaca Alfredo.
Ouça aqui o episódio:
O consumidor, de fato, no centro
Em um contexto em que o consumidor precisa estar no centro e os dados gerados a partir dessa relação são fundamentais, Alfredo sinaliza que o empoderamento do cliente inverteu a lógica estrutural. “O mercado de seguros sempre pensou na tríade produto, canal e cliente. No entanto, agora, temos que pensar em cliente, canal e produto. E isso altera, de forma significativa, a nossa organização como empresa e, sobretudo, a maneira como nossas equipes atuam”, explica Alfredo. “O produto acaba sendo consequência daquilo que o cliente quer.”
Para Paulo Samia, a lógica de teste e velocidade para experimentar dinâmicas e ofertas, foram fundamentais também para alterar a cultura organizacional. “Todas as empresas que viveram, assim como o UOL, tantos anos de transformação e muita velocidade sobreviveram porque sempre inovaram. Sempre buscaram entender qual seria o próximo passo e a próxima necessidade do consumidor. A inovação é chave de tudo isso. Sempre pensando em novas tecnologias, como entregar algo melhor, mais assertivo e eficiente para agregar valor ao consumidor que busca, principalmente, o que é relevante.”
Curto, médio e longo prazo
Qual o desafio em equilibrar, ante a busca por inovação, os resultados do curto e médio prazo, mas, sobretudo, a experimentação necessária para o longo prazo. “É preciso ter o olho e os pés nos dois contextos. É necessário olhar para o resultado, porque afinal é disso que as empresas vivem. Mas também passa por uma cultura de inovação. Não adianta ter apenas uma área de inovação, coisa que a gente tem, mas também é preciso permitir e fomentar que a cultura da inovação permeie toda a companhia e isso passa também pelo longo prazo”, destaca Paulo Samia.
Por fim, Alfredo pondera que, durante a pandemia, mesmo o curto prazo tornou-se um desafio. “As empresas, e mesmo na nossa vida pessoal, entendemos o desafio de se programar no curto prazo dada a quantidade de mudanças e contextos. No entanto, agora, é necessário equilibrar essa agenda. “Agora, o líder passa a ter um papel muito importante de ajudar a companhia a repensar o longo prazo, claro que, com o olho no curto, mas também na premissa de que para que uma empresa perdure, é necessário fazer a gestão do curto, médio e longo prazos.”
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