Na semana passada, ao anunciar parceria inédita com a Netflix para uma nova versão do serviço de streaming com anúncios, a Microsoft não só ganhou um cliente, mas alimentou rumores que surgiram muito antes do negócio: uma possível aquisição da plataforma de streaming pela gigante da tecnologia. De acordo com Laura Martin, analista do banco de investimentos Needham & Company, esse movimento é possível.
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Ao Yahoo, Laura Martin comentou que pode estar em curso um plano maior por trás da parceria. Ela ainda destacou que nenhuma outra empresa que atua direta ou indiretamente com a Netflix teria capacidade de aportar os aproximados US$ 100 bilhões necessários para o negócio. Os dados de hoje (18) mostram que o valor de mercado da companhia chega a US$ 92 bilhões com queda de mais de 60% das ações. Em janeiro, a Microsoft pagou o equivalente a US$ 68,7 bilhões pela Activision Blizzard, uma das maiores desenvolvedoras de games do mundo. A compra planejada inclui franquias icônicas como “Warcraft”, “Diablo”, “Overwatch”, “Call of Duty” e “Candy Crush”.
Mas por que a Netflix poderia ser vendida? Os rumores sobre a venda da plataforma se intensificaram após os resultados apresentados em abril deste ano. Na ocasião, a empresa reportou mais de 200 mil usuários a menos no serviço somente no primeiro trimestre de 2022. Na ocasião, Reed Hastings, cofundador e co-CEO da Netflix, cogitou a possibilidade de que a empresa criasse uma versão com anúncios.
Fadiga do streaming
O que acontece com a Netflix neste momento, e com a indústria do streaming, é o que os especialistas estão chamando de “fadiga do streaming”. Fenômeno que tem criado instabilidade no modelo de negócios e já é comum nos Estados Unidos. Pesquisa recente da Deloitte mostrou que, de acordo com as projeções mundiais para 2022, a previsão é de que mais de 150 milhões de pessoas deverão cancelar alguma assinatura. Além disso, a taxa de rotatividade entre plataformas vem aumentando e, atualmente, gira em torno de 30%.
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“Fadiga de streaming é um fenômeno de sobrecarga causado pelo excesso de assinaturas de serviços de streamings, como filmes e séries, que vem sendo percebido principalmente nos Estados Unidos, mas que já se reflete em outros países, como o Brasil”, explica Ralf Germer, CEO da PagBrasil. Para ele, os usuários estão preferindo ter mais experiências de produto ou serviços que sejam mais personalizados e, cada vez menos, estão escolhendo gastar seu tempo zapeando no streaming para saber qual filme ou série vão querer assistir.
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