A Mynd, agência de influenciadores que conta com mais de 400 criadores de conteúdo em seu casting, anuncia uma nova estrutura com foco em ir além da publicidade. Os sócios Fátima Pissarra, Carlos Scappini e Preta Gil oficializam a chegada de José Cirilo, profissional de marketing com passagens em empresas como P&G, J&J e Seara para comandar uma nova unidade voltada a o IPO de influenciadores. Cirilo será o CMO de todos os mais de 400 agenciados exclusivos, entre eles Luísa Sonza, Gil do Vigor, Camilla de Lucas, Negra Li, Pequena Lo entre outros.
O objetivo, segundo Fátima, é unir, de forma estruturada, negócios, branding, performance e tecnologia em favor de ampliar as possibilidades de receitas dos artistas e celebridades. “A publicidade, atualmente, segue como uma receita importante, mas é limitada na medida em que precisamos pensar os próprios criadores como marca. Com esse movimento, nosso objetivo é escalar o alcance do nosso casting por meio de estratégia e com base em muita governança”, explica a CEO à Forbes Brasil. O faturamento da Mynd, em 2021, foi de R$ 350 milhões e a estimativa para 2022 é de R$ 550 milhões.
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“Hoje, temos nossos 400 influenciadores cuja principal receita é a publicidade. Natural que, nesses últimos anos, também desenvolvêssemos outros negócios, mas de uma forma muito mais reativa do que ativa. Agora, o objetivo é estruturar marcas com valor real, rentabilidade e produtos que tenham continuidade. Para isso, ter a figura de um CMO, como o Cirilo, para atuar como esse grande desenvolvedor e planejador, é fundamental para essa nova fase”, explica a executiva que já compôs a lista de CEOs de sucesso da Forbes abaixo de 40 anos, publicada em 2015.
Marcas nativas digitais
Dentre as possibilidades, está o desenvolvimento das marcas nativas digitais, as chamadas DNVBs, além de infoprodutos, produção audiovisual, licenciamento e inovações como NFT e metaverso. De acordo com José Cirilo, a inspiração vem de movimentos que ocorrem fora do Brasil onde a principal receita de artistas e celebridades passa a ser, propriamente, dos negócios que geram com suas marcas próprias.
Entram na lista casos como a marca Fenty Beauty, da Rihanna, JLo Beauty, da Jennifer Lopez, Rare Beauty, da Selena Gomez e marcas nativas digitais (DNVBs) como Kylie Skin, da Kylie Jenner, Florence by Mills, da Mille Bobby Brown e o Gin Aviation, de Ryan Reynolds. “Somente o mercado de beleza ultrapassa US$ 28 bilhões, sem contar alimentos e outros segmentos. Para sermos uma empresa de bilhões, é necessário olhar nossos talentos como marcas e, sobretudo, prepará-los para o olhar dos fundos de Venture Capital, cada vez mais atento a esse movimento”, explica José Cirilo.
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Ainda de acordo com o executivo, as decisões em relação aos influenciadores que, inicialmente serão desenvolvidos como marcas, estão baseadas em performance. “O olhar deixa de ser do influenciador como pessoa física e passa a ser como empresa, com métricas e aspectos muito importantes de governança. Com isso, o influenciador passa a ser o CEO de sua própria carreira”, destaca Cirilo.
“A Mynd já vinha desenvolvendo projetos de collab e licenciamento para diversas marcas e talentos, mas com este modelo estruturado e processos unificados, vamos alcançar um novo patamar de negócios oferecendo volume e escala para as marcas e criadores de conteúdo. A ideia é trabalhar com foco a médio prazo no IPO dos influenciadores que tiverem as melhores performances”, conclui Cirilo.
Além do tradicional
Carlos Scappini, sócio, COO e responsável pela área comercial da Mynd, explica que a premissa da agência sempre foi de não estacionar nas áreas de domínio e buscar novas formas de atuação. “Quando percebemos as oportunidades em desenvolver novas linhas de negócios e ampliar toda essa potência que já temos dentro de casa, que são os creators, fica ainda mais clara a necessidade de seguir com essa estratégia”, explica.
Para Fátima Pissarra, a empresa foi construída para estar sempre preparada para seguir direções rápidas e tomar decisões assertivas dentro de um mercado em constante transformação. “Eu comecei minha carreira com a internet, então a velocidade de inovar e acompanhar as novas tendências do mercado está no meu DNA e no da Mynd, que desde o início foi desenhada para chegar a essa estrutura de trabalhar os influenciadores como produtos e ter linhas de negócios diversificadas além da publicidade, como verdadeiras marcas com longevidade e rentabilidade, trazendo grandes executivos do mercado para liderarem com a gente essa mudança”, diz.
Novas lideranças
Junto com a chegada do CMO, a Mynd também anuncia novas áreas de negócios: Produtos físicos e digitais (as DNVBs), liderada pelos executivos Gil Bastos (ex-Head de Marketing Latam na Nokia) e Juan Pablo Dubini (ex-Diretor Geral de Marcas L’Oreal); Streaming, comandada pelo showrunner Felippe Guerra (ex-Trace Brasil), que vai elaborar projetos para as plataformas digitais tendo como asset o portfólio dos influenciadores dentro de suas áreas de atuação; uma área totalmente dedicada a negócios de Metaverso e NFT, departamento dirigido por Malu Barbosa, que vai desenvolver o planejamento de atuação dos influenciadores dentro deste universo e uma área focada em desenvolvimento de Infoprodutos, que será responsável por toda estratégia de produtos digitais e suas ramificações.
Além disso, a área de inovação da Mynd, liderada por Day Carvalho, segue buscando sinergia entre os influenciadores e novos modelos de negócio já existentes no mercado, mas ainda pouco explorados no universo do marketing de influência. Já o departamento responsável pela comercialização de publicidade para os criadores de conteúdo, comandado por Thaís Semer, continua trabalhando sendo um dos braços de receita dos influenciadores.
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Dentro dessa nova estrutura, a Mynd desenha suas metas para 2023 avaliando cada linha de negócio separadamente. Carlos Scappini acrescenta: “Dentro da área de publicidade com influenciadores e projetos de marketing de influência, a Mynd vem crescendo mais de 50% a cada ano. Entregamos um faturamento de R$ 350 milhões em 2021 e para 2022 nossa projeção é de chegar a R$ 550 milhões, pois o mercado está em franca expansão e só vai crescer”.
“O Brasil já conta com mais de 13 milhões de criadores de conteúdo em todas as redes sociais, mas a expansão deste mercado está apenas no começo. Com a nova estrutura e áreas de negócio, vamos continuar liderando o segmento no país, construindo os IPOs dos influenciadores logo na largada do negócio mundialmente, com uma estrutura já desenhada dentro de uma governança com esse foco”, finaliza Fátima.