Apesar do crescimento do uso de smartphones no Brasil – são 242 milhões de celulares inteligentes em uso no país, para cerca de 215 milhões de habitantes, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – os brasileiros ainda preferem os consoles para jogar videogame. É o que aponta pesquisa do NZN Intelligence realizada no fim de setembro de 2022. 41,9% dos respondentes do levantamento afirmaram que os consoles são a plataforma preferida para jogar. Já desktop e celulares são a preferência de 39,2% e 19%, respectivamente, dos gamers.
Para Vinicius Munhoz, editor do Voxel, canal do TecMundo sobre jogos eletrônicos, os consoles seguem como plataformas favoritas muito pelo fato de estarem associados a um sonho de consumo, como item de desejo. Ademais, os maiores lançamentos e games de peso ainda estão concentrados nos consoles. Apesar disso, o uso dos celulares nesse nicho vem crescendo. “Os jogos de console e PC [personal computer], e os próprios dispositivos, são bem caros, não sendo acessíveis para a renda média brasileira. No celular, o usuário consegue jogar até mesmo games de peso, em nuvem, dependendo apenas da conexão à Internet e da assinatura de um serviço”, afirma.
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Hábito diário
A respeito da frequência, 41,1% dos respondentes disseram jogar todos os dias, enquanto 32,2% jogam de 1 a 2 vezes na semana e 26,7% afirmaram se dedicar aos games de 3 a 4 vezes na semana. Por dia, 57,9% dos gamers jogam entre 1 e 3 horas, enquanto 25,9% preferem jogar por um período de 3 a 5 horas e 16,2% jogam por mais de 5 horas. Outro dado da pesquisa do NZN Intelligence foi que, apesar de tantas possibilidades de conexão, a maioria dos gamers brasileiros (51,2% dos respondentes do estudo) preferem jogar sozinhos. Para 33,8%, o melhor é jogar com amigos, enquanto 15,1% alegaram jogar prioritariamente online, com desconhecidos.
Games de ação e aventura são os mais jogados
Sobre os tipos de games, com a possibilidade de escolher mais de uma opção de resposta, os jogos de ação e aventura têm a preferência de 71% dos gamers brasileiros, seguidos por RPG (50,6%), simulação (41,7%), estratégia (37,3%) e esporte (25,6%). “Jogos de ação e aventura são coringas do entretenimento, além de serem normalmente mais amigáveis [em termos de jogabilidade] do que games de luta, corrida ou RPG, que exigem mais prática e domínio técnico. Por isso, esses gêneros, apesar de atingirem muitos jogadores, são mais nichados”, comenta Ruan Segretti, do Voxel.
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Para buscar informações sobre games, a maioria dos usuários disse recorrer, com a possibilidade de assinalar mais de uma opção, ao Youtube (70,3%). Google (58,6%), redes sociais (21,3%) e amigos e familiares (15,1%) vieram na sequência. Os gamers também se informam por lives (Twitch, Nimo TV, Facebook Gaming, entre outras plataformas), que somaram 14,3% das respostas.
Quanto os usuários estão dispostos a gastar com games?
Os respondentes do levantamento do NZN Intelligence foram questionados sobre a quantia mensal que eles estão dispostos – ou costumam – a gastar mensalmente em novos jogos ou atualizações. 50,1% disseram desembolsar até R$ 50, enquanto 25,1% responderam que gastam entre R$ 50 e R$ 100 e 9,4% afirmaram gastar entre R$ 100 e R$ 150. Apenas 7,3% desembolsam entre R$ 150 e R$ 300 e 8,1% podem gastar mais de R$ 300.
Composição dos dados
82,7% dos respondentes da pesquisa se identificam com o gênero masculino e 9,1% com o gênero feminino. 5% preferiram não responder. Quanto à faixa etária, a maioria dos participantes (45,3%) têm entre 18 e 24 anos; 32,7% têm entre 25 e 34 anos; 14% estão na faixa etária que abarca dos 35 aos 44 anos; 4% têm entre 45 e 54 anos; 2,3% dos respondentes têm entre 55 e 64 anos; e somente 1,7% está acima dos 65 anos.