Apenas algumas semanas depois que Mark Zuckerberg finalmente descobriu como colocar pernas em avatares do metaverso, os potenciais usuários da tecnologia estão usando seus pés reais para se afastar de uma versão expandida e imersiva da internet para passar mais tempo fazendo coisas no mundo real após o período de isolamento da pandemia global de coronavírus.
À medida que a onda inicial de entusiasmo com os projetos do metaverso diminui, a empresa de pesquisas Forrester prevê que a inovação a partir das tecnologias e produtos existentes substituirá a importância dos anúncios que prometem um caminho rápido para o metaverso.
Os passos de bebê da Meta com seu Horizon World estão muito longe da perspectiva de que um dia as pessoas possam fazer qualquer coisa, desde torneios de ciclismo até prática cirúrgica em uma realidade virtual realista. No entanto, mesmo com a opção de um mundo virtual com pernas, 65% dos adultos online nos Estados Unidos preferem ter experiências sociais pessoalmente, segundo a Forrester. Depois que a Meta relatou ganhos abismais na semana passada, o sentimento de animação com o metaverso parece estar no nível mais baixo de todos os tempos.
À medida que a empolgação diminui, a Forrester prevê que as experiências imersivas nas plataformas existentes aumentarão lentamente. Dessa forma, os desenvolvedores começarão a dar um passo, em vez de cair em queda livre, em direção à realização de sua visão do metaverso.
O relatório da empresa cita também a integração que Microsoft realizou entre sua marca de produtos de realidade virtual chamada Mesh e o Teams, sua plataforma de mensagens de negócios, como um exemplo de como os consumidores comuns começarão a experimentar o metaverso. Os pesquisadores preveem que em 2023 pelo menos mais três provedores de tecnologia de colaboração, como Zoom ou Slack, introduzirão recursos no estilo metaverso. Embora milhões de pessoas percebam essas adições aparecendo em seus aplicativos de trabalho, apenas 5% se tornarão usuários ativos, acredita a Forrester.
Uma barreira à entrada pode ser os preços dos headsets de realidade virtual, uma necessidade para quem deseja ingressar em um metaverso totalmente imersivo. Um modelo do Microsoft HoloLens 2 é vendido por US$ 3.500 (cerca de R$ 18 mil). Para os menos experientes em tecnologia, o headset HP Reverb G2 VR da empresa está disponível por US$ 599 (R$ 3.080). O fone de ouvido MetaQuest Pro é vendido por US$ 1.499 (R$ 7.710).
Uma possível vítima da excitação com o metaverso são os NFTs (tokens não fungíveis), que alcançaram um alto perfil graças ao fato de marcas e celebridades terem lançado inúmeras coleções. A Forrester descobriu que 72% dos adultos online nos Estados Unidos nunca tiveram um NFT e não planejam mudar isso.
Em uma versão do metaverso baseada em blockchain, os NFTs atestam a propriedade de ativos digitais, permitindo que as pessoas possuam coisas como imóveis virtuais. Celebridades pularam na tendência, um exemplo notável é Snoop Dogg construindo o “Snoopverse” dentro do mundo virtual The Sandbox. O universo da marca é composto por 22 terrenos virtuais, 67 lotes premium e três propriedades onde os donos podem construir algo. Um superfã pagou US$ 450.000 (R$ 2,3 milhões, aproximadamente) para comprar um terreno ao lado de Snoop no bairro online. O relatório da Forrester prevê que os projetos NFT passarão de projetos de celebridades para NFTs ligados à fidelidade do cliente. Starbucks usando NFTs para oferecer vantagens exclusivas aos clientes, por exemplo.