Os primeiros voos do eVtol (veículo elétrico de pouso e decolagem verticais) que está sendo desenvolvido por uma controlada da Embraer deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 por passageiro, disse o presidente-executivo do braço de inovação da fabricante brasileira de aeronaves, Daniel Moczydlower.
Segundo o executivo, o veículo que está sendo desenvolvido pela Eve, empresa do grupo da Embraer, tende a ser, no futuro, um veículo de mobilidade urbana usado por milhões de pessoas de classe média em todo mundo.
Leia também
- Google e Apple trabalham para combater rastreamento indesejado
- Cherrygumms e Grupo Dreamers lançam empresa de marketing para e-sports e games
- Precursor da IA deixa Google para falar livremente sobre “perigos” da tecnologia
O primeiro voo operacional do eVtol da Eve, que pode acontecer no Brasil, está previsto para ocorrer entre 2026 e 2027. Em princípio, os voos devem acontecer em grandes cidades e metrópoles, onde a demanda por um serviço desse tipo tende a ser maior, afirmou.
No caso do modelo sendo desenvolvido pela Eve, os trajetos a serem atendidos serão de no máximo 15 minutos, tempo considerado suficiente, por exemplo, para um voo entre Campinas (SP) e São Paulo ou do aeroporto do Galeão até a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Os dois trechos são marcados por longos congestionamentos onde uma viagem de carro pode levar mais de uma hora contra 10 a 15 minutos em um eVtol.
“A meta para a entrada inicial que a gente tem olhado é chegar a US$ 50 a US$ 100, uma viagem. Isso para Brasil ainda é caro e estamos estudando maneiras após a entrada em operação de ganhar mais eficiência para poder reduzir mais”, disse Moczydlower, presidente da Embraer-X.
As estimativas da empresa indicam que grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro poderiam contar com 200 a 300 eVtols.
“O prefeito do Rio quer ser o primeiro e há muitas cidades no mundo querendo ser pioneiras”, afirmou o executivo. “Será um veículo para grandes cidades que sofrem com congestionamento; elas são as grandes demandantes”, acrescentou.
Os primeiros eVtol da Eve terão capacidade para um piloto e quatro passageiros, mas no futuro, provavelmente será possível que os voos ocorram sem piloto. Isso abriria espaço na aeronave para mais um ou dois passageiros, disse Moczydlower.
A carteira pelo eVtol da Eve já tem uma demanda potencial de 2,77 mil veículos, o equivalente a eventual receita de US$ 8,3 bilhões, afirmou o executivo.
“Hoje não tem voo de Guarulhos para Viracopos; mas para um eVtol faria sentido. Ninguém usa voo dentro da cidade como rotina. É veículo para substituir helicóptero? Não. É para criar um mercado que hoje não existe”, afirmou.