Cristais de sal – que só se formam quando há água líquida – foram encontrados em uma amostra de um asteroide trazido de volta à Terra como parte de uma missão japonesa de retorno de amostras.
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Publicado na Nature Astronomy, a nova pesquisa é uma evidência para apoiar a teoria de que toda a água na superfície da Terra veio originalmente de ataques de asteroides. Isso porque acredita-se que a Terra – junto com Marte, Vênus e Mercúrio – se formou perto do Sol, onde as temperaturas eram altas demais para que o vapor de água se condensasse em líquido.
No entanto, também se pensava que os asteroides do tipo S (rochosos ou silicatos) – como o asteroide Itokawa, de onde veio esta amostra em 2005, trazido para a Terra em 2010 pela missão Hayabusa – não tinham minerais contendo água.
Como a maioria dos asteroides no sistema solar interno são do tipo S, de repente é possível que haja muitos asteroides úmidos por aí. Pesquisadores do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona descobriram na amostra vestígios de cloreto de sódio – sal de cozinha.
5 asteroides gigantes que passaram próximos à Terra recentemente:
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Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
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O maior edifício do mundo
O 2022 RM4, que passou próximo à Terra em outubro do ano passado, foi comparado, em tamanho, com o Burj Kalifa, prédio com 828 metros de altura localizado em Dubai.
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Do tamanho de uma girafa
No mês de janeiro, o 2023 BU, que mede de 3,8 a 8,5 metros de largura, o equivalente a uma girafa, esteve a 9.877 quilômetros do centro da Terra.
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Do tamanho de uma casa
Em março, o 2023 EY passou a apenas 240 mil quilômetros da Terra. Isso é um pouco menos de dois terços da distância Terra-Lua.
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Um grupo de asteroides
Também em março, pouco mais de cinco corpos rochosos passaram perto do planeta sendo que o mais próximo ficou a 3,5 milhões de quilômetros.
Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
A maioria desses asteroides queima na atmosfera da Terra e nunca chega à superfície. “Você precisa de uma rocha grande o suficiente para sobreviver à entrada e fornecer essa água”, disse Che, um dos pesquisadores.
Estudos anteriores propuseram que as moléculas de água no início do sistema solar poderiam ficar presas em minerais de asteroides e sobreviver a um impacto na Terra. “Esses levantamentos sugerem que vários oceanos poderiam ser entregues apenas por esse mecanismo”, disse Tom Zega, autor sênior do estudo e professor de ciências planetárias no Laboratório Lunar e Planetário. “Se agora descobrirmos que os asteroides mais comuns podem ser muito ‘mais úmidos’ do que pensávamos, isso tornará a hipótese de entrega de água por asteroides ainda mais plausível.”
Suspeita-se que os cristais de sal da amostra estejam lá desde o início do sistema solar, 4,5 bilhões de anos atrás.
*Jamie Carter é jornalista experiente em ciência, viagens e fotografia e observador de estrelas, escrevendo sobre a exploração do céu noturno, eclipses solares totais, observação da lua, viagens astronómicas, astronomia e exploração espacial.
(traduzido por Andressa Barbosa)