O AirPower nunca resolveu os dois problemas fundamentais que pretendia consertar, ou seja, ter vários dispositivos carregando em uma única placa e ser capaz de esquecer a orientação
Quando Tim Cook subiu ao palco para lançar os óculos de realidade mista Apple Vision Pro, os céus se abriram, a tecnologia se curvou à vontade de Cupertino e o poder da realidade mista foi liberado para o mundo inteiro. Essa é a expectativa de muitos dos fiéis que apontarão para produtos anteriores, principalmente o Apple Watch, para mostrar como a Apple pode ser confiável para redefinir um setor de mercado. Claro que vale a pena olhar para os sucessos, mas também vale a pena olhar para os fracassos. Só porque a empresa entra em um espaço não significa que sempre rola êxito. A Apple não é infalível. Já falhou antes, de forma bastante espetacular e visível.
Confira abaixo os óculos imersivos que competem com o Apple Vision Pro:
-
Meta Quest Pro
Lançado em outubro de 2022, o Meta Quest Pro é o mais avançado headset de realidade virtual da Meta. Ele possui sensores de alta resolução para experiências de realidade mista, telas LCD nítidas para visuais de alta qualidade e consegue identificar movimentos oculares e faciais para ajudar os avatares a refletirem as pessoas de forma mais natural em VR. Custando US$ 1.499,99, o Meta Quest Pro começou a ser vendido em 25 de outubro de 2022. -
Samsung HMD Odyssey
A aposta da sul-coreana é o HMD Odyssey, com duas telas AMOLED de 3,5 polegadas, fone de ouvido embutido com áudio 360º, dois controles de movimento, visão de 110º e compatibilidade com o Windows Mixed Reality. O HMD Odyssey já está à venda no Brasil desde março de 2019 com preço sugerido de R$ 3.499. -
Playstation VR2
Exclusivo para os consoles da Sony, o Playstation VR possui uma tela OLED de 5,7 polegadas de 120 FPS, entrada de áudio 3,5 mm para fone de ouvido, microfone integrado, visão de 360º e processamento de áudio 3D. O PSVR 2 tem preço sugerido de R$ 4.499. -
HTC Vive Focus 3
Projetado para uso empresarial, o Vive Focus 3 possui uma resolução 5K, um campo de visão de 120º, taxa de atualização de 90Hz e áudio espacial 3D imersivo. Os controles do headset têm suporte a seis graus de liberdade (6DoF), botões e gatilhos posicionados ergonomicamente e sensores de toque oferecem ainda mais controles intuitivos e precisos. O preço sugerido do HTC Vive Focus 3 é de US$ 1.300. -
Anúncio publicitário -
Hololens
A Microsoft também está na corrida da realidade virtual com o Hololens, que trabalha com hologramas e tem seu hardware voltado inteiramente para interpretar gestos e vozes. O Hololens tem preço sugerido de US$ 4.500.
Meta Quest Pro
Lançado em outubro de 2022, o Meta Quest Pro é o mais avançado headset de realidade virtual da Meta. Ele possui sensores de alta resolução para experiências de realidade mista, telas LCD nítidas para visuais de alta qualidade e consegue identificar movimentos oculares e faciais para ajudar os avatares a refletirem as pessoas de forma mais natural em VR. Custando US$ 1.499,99, o Meta Quest Pro começou a ser vendido em 25 de outubro de 2022.
Lembra do AirPower ?
AirPower foi a abordagem da Apple para carregamento sem fio. Deixando de lado o trabalho de inúmeras empresas para criar o padrão de carregamento Qi, a Apple decidiu usar sua própria tecnologia proprietária para recarregar seus dispositivos (embora como parte do Wireless Power Consortium já oferecesse suporte básico para Qi em seus dispositivos).
Se você quisesse todos os benefícios de carregamento sem fio da Apple, precisaria comprar o sistema AirPower da Apple. Isso começaria com uma placa de carregamento que poderia carregar vários dispositivos jogados casualmente na superfície, não haveria necessidade de alinhar os dispositivos na orientação correta para pegar as bobinas de indução e tudo carregaria em sua própria taxa.
Leia também:
- “O Apple Vision Pro é o maior lançamento da história da Apple”, diz Tim Cook
- Uma década após a maior atualização da Apple, veja a evolução desde o iOS7
- Os desafios da Apple com o iPhone 14 e as expectativas para o iPhone 15
Não é um problema terrível para consertar, mas a Apple decidiu que era um problema que valia a pena consertar. Se houve um brilho nos olhos do contador pensando nas taxas de licenciamento que poderiam ser cobradas de fabricantes terceirizados que construíssem carregadores licenciados, isso foi apenas fortuito.
E falhou.
Claramente, havia amor e confiança suficientes dentro da Apple para anunciar o dispositivo ao lado do iPhone em 2017. Ele pode não estar pronto para venda, mas chegaria no início do ano seguinte. A Apple estava tão confiante que o suporte para AirPower estava listado na embalagem de varejo do novo iPhone.
O AirPower nunca resolveu os dois problemas fundamentais que pretendia consertar, ou seja, ter vários dispositivos carregando em uma única placa e ser capaz de esquecer a orientação. Dois anos depois, a Apple cancelou publicamente o AirPower.
Da retrospectiva de Tom Warren: “Houve vários problemas de desenvolvimento que levaram a essa decisão, com gerenciamento de calor, comunicação e velocidade entre dispositivos, bem como problemas mecânicos e de interferência, todos sendo rumores”.
Até hoje, a Apple está usando o carregamento Qi padrão da indústria, vende carregadores sem fio originais e de terceiros e não retornou ao AirPower.
Com a mudança da Apple para o espaço de realidade mista, haverá muita conversa sobre as ambições da Apple, a visão da Apple e a capacidade da Apple de resolver problemas e encontrar soluções nos próximos dias, semanas e meses. Haverá uma crença quase sistêmica de que a Apple resolveu tudo em torno dos fones de ouvido de realidade misturada apenas aparecendo. Portanto, o sucesso é inevitável.
