Apenas criadores humanos são elegíveis para o Grammy, declarou a Academia de Gravação nesta sexta-feira (16), com a entidade que entrega os prêmios de maior prestígio da música tentando limitar o uso de inteligência artificial na indústria.
Trabalhos exclusivamente feitos por inteligência artificial estão proibidos, mas algumas músicas criadas com a ajuda de IA podem se qualificar em certas categorias do Grammy, segundo o manual de regras atualizado da academia. “Um trabalho que não contém autoria humana não será elegível para nenhuma das categorias.”
Criadores de música agora precisam contribuir com pelo menos 20% de um álbum para merecer uma indicação ao prêmio. No passado, qualquer produtor, compositor, engenheiro ou artista convidado em um álbum poderia receber indicações para álbum do ano, mesmo se a pessoa tivesse tido apenas uma pequena influência.
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O uso de IA se disseminou rapidamente desde novembro, quando a OpenAI lançou o ChatGPT, um robô de conversação grátis, apoiado pela Microsoft Corp, que pode gerar diálogos parecidos com os de seres humanos com base em comandos simples.
Aplicativos de inteligência artificial cresceram rapidamente, permitindo que usuários animem fotos estáticas, criem avatares em filmes, escrevam músicas, ensaios e artigos, ameaçando muitos empregos dos seres humanos.
O Sindicato dos Roteiristas (WGA) e o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) também estão lutando contra o uso de IA nos setores criativos de roteiros e atuação.
O Sindicato dos Roteiristas quer limitar o uso de IA em roteiros, e o dos Atores quer garantir que seus membros possam controlar o uso da suas personas digitais e receber compensação adequada.
Os roteiristas entraram em greve no começo de maio e ainda não conseguiram chegar a um acordo com os estúdios sobre o uso de inteligência artificial, entre outras questões.
Conheça 6 artistas que tiveram suas músicas recriadas por IA
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Reprodução/Bettmann Archive The Beatles
De acordo com o músico Paul McCartney, ainda este ano será lançada uma “música fina” dos Beatles feita através de Inteligência Artificial. Para completar a canção, a tecnologia extraiu de uma demo antiga a voz do integrante falecido John Lennon.
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Getty Images The Weeknd e Drake
A música Heart on My Sleeve foi criada pela inteligência artificial com as vozes de The Weeknd e do rapper Drake, mesmo que eles nunca tivessem cantado a música de fato. A letra da canção fala sobre o término do namoro entre The Weeknd e a cantora Selena Gomez.
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Divulgação Renato Russo
A voz do cantor Renato Russo, que faleceu em 1996, foi utilizada em uma nova versão da música sertaneja, Batom de Cereja. Porém, o espólio do artista ameaçou entrar na justiça caso o autor da montagem não retirasse a música do ar.
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Getty Images Rihanna e Beyoncé
A música “Cuff It” da Beyoncé foi recriada através da inteligência artificial na voz da cantora Rihanna, logo a nova versão da música viralizou na internet e trouxe mais pontos a serem debatidos na regulamentação das músicas criadas por IA.
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Getty Images Frank Sinatra e Britney Spears
A OpenAI, dona do ChatGPT, criou uma nova rede neural chamada Jukebox, capaz de mesclar diversos artistas com gêneros musicais diferentes. Através dessa ideia o aplicativo gerou uma versão da música “Toxic” de Britney Spears na voz do cantor Frank Sinatra.
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Getty Images Ariana Grande, Anitta e Pabllo Vittar
A voz da cantora Ariana Grande foi recriada em canções de vários artistas, incluindo as brasileiras Anitta e Pabllo Vittar, nas músicas “Envolver” e “Disk Me”. As novas versões das músicas viralizaram de maneira engraçada nas redes sociais.
The Beatles
De acordo com o músico Paul McCartney, ainda este ano será lançada uma “música fina” dos Beatles feita através de Inteligência Artificial. Para completar a canção, a tecnologia extraiu de uma demo antiga a voz do integrante falecido John Lennon.