E assim como aquele asteroide que quebrou janelas em Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, ninguém previu que este asteroide três vezes maior estava chegando e fazendo o mesmo trajeto que o anterior. O diferencial é que este somente passou bem perto do nosso planeta, mas é mais um lembrete do grande ponto cego da humanidade.
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O asteroide 2023 NT1 foi visto pela primeira vez no último sábado, dois dias depois de ter se aproximado da Terra em 13 de julho.
Ele foi difícil de ver antes porque se aproximou da Terra na direção do Sol, assim como o bólido de Chelyabinsk, que nunca foi notado pelos humanos até o momento em que estava quebrando sobre a Rússia e enviando uma onda de choque danificando vidros e algumas paredes, além de ferir centenas de pessoas.
Este é um buraco bem conhecido nos sistemas de proteção planetária da humanidade, e a Nasa está planejando uma missão chamada NEO Surveyor para tentar preenchê-lo até o final da década. O NEOMIR planejado pela Agência Espacial Europeia também ajudará a fornecer um sistema de alerta precoce para asteroides próximos à Terra na década de 2030.
Estima-se que o meteoroide de Chelyabinsk tenha cerca de 20 metros de diâmetro quando impactou nossa atmosfera, enquanto 2023 NT1 parece ter três vezes mais largura, tornando-o aproximadamente do tamanho de um hotel como o George Washington em Nova York ou o Capitólio do Estado de Idaho.
Para ter uma noção do que um impacto direto de um objeto desse tamanho pode fazer, temos que voltar um pouco na história, até a época do Pleistoceno, 50.000 anos atrás, quando um asteroide ligeiramente menor formou a famosa Cratera do Meteoro no Arizona . Não há como saber que tipo de dano o impacto causou naquela época, mas acredita-se que o próprio meteorito foi instantaneamente vaporizado e deixou para trás alguns minerais raros que só podem ser criados por choques de pressões extremas como raios, impactos ou uma explosão nuclear.
A ESA estima que pode haver cerca de um milhão de asteroides próximos da Terra com 30 a 100 metros de largura, e 98,9% deles permanecem não descobertos.
A grande maioria desses asteroides parecem manter sua distância em suas próprias órbitas ao redor do Sol na maior parte do tempo. A aproximação feita por 2023 NT1 trouxe-o para cerca de 60.000 milhas da Terra, o que obviamente é muito espaço para respirar na realidade, mas na escala do espaço é apenas um fio de cabelo de distância e é ainda mais próximo da região onde alguns de nossos grandes satélites orbitam.
Novos asteroides passando tão perto da Terra são descobertos toda semana, no entanto, 2023 NT1 está entre os maiores vistos no ano passado. Felizmente, agora está em nosso catálogo, então, da próxima vez que nos tocar, devemos vê-lo chegando.
Asteroides que já se aproximaram da Terra:
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Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
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O maior edifício do mundo
O 2022 RM4, que passou próximo à Terra em outubro do ano passado, foi comparado, em tamanho, com o Burj Kalifa, prédio com 828 metros de altura localizado em Dubai.
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Do tamanho de uma girafa
No mês de janeiro, o 2023 BU, que mede de 3,8 a 8,5 metros de largura, o equivalente a uma girafa, esteve a 9.877 quilômetros do centro da Terra.
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Do tamanho de uma casa
Em março, o 2023 EY passou a apenas 240 mil quilômetros da Terra. Isso é um pouco menos de dois terços da distância Terra-Lua.
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Um grupo de asteroides
Também em março, pouco mais de cinco corpos rochosos passaram perto do planeta sendo que o mais próximo ficou a 3,5 milhões de quilômetros.
Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
*Eric Mack é escritor e fala sobre ciência, tecnologia, meio ambiente e política.
(traduzido por Andressa Barbosa)