O Mercado Livre lança nesta sexta-feira (4) o Mercado Play. A plataforma de conteúdo permitirá que os usuários acessem gratuitamente a um catálogo de filmes, séries, documentários, reality shows e atrações infantis, viabilizadas por meio de uma parceria com Disney+, Star+, HBO Max e Paramount+. Neste dia do lançamento, 30% da base de clientes cadastrada no site e app do Mercado Livre vai ter acesso ao serviço, e o restante a partir do dia 9 de agosto.
A plataforma será integrada aos sites e apps do Mercado Livre, o que dará acesso direto a quem já possui conta. A estimativa inicial é que o Mercado Play já nasça com 100 milhões de usuários nos oito países em que estará disponível: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Uruguai. O objetivo da empresa é rentabilizar a plataforma com formato de publicidade em vídeo de suas marcas.
Leia também:
“Sabemos que uma grande parte dos brasileiros e do público latino-americano não assina nenhuma plataforma paga de streaming e esse contexto nos motivou a desenvolver o Mercado Play”, explica Luiz Barros, vice-presidente de entretenimento do Mercado Livre, que, em conversa exclusiva com a Forbes Brasil, detalha as estratégias do marketplace, que recentemente criou várias outras iniciativas ligadas a entretenimento e conteúdo.
Veja 4 tendências de live-shopping:
-
Getty Images Maior audîência
Os setores que adotarem o live commerce irão atrair mais público para consumir os produtos disponíveis para venda.
-
Getty Images Maior taxa de conversão
Quanto maior for o público, maior vai ser a taxa de conversão das marcas, potencializando os números e o lucro da empresa.
-
Getty Images Expansão dos canais de geração de tráfego
O live commerce pode gerar mais caminhos para que os usuários cheguem nos produtos comercializados pela marca.
-
Getty Images Bons influenciadores digitais
Conforme a empresa evolui dentro do mercado consequentemente, influenciadores digitais vão querer trabalhar em colaboração para desenvolver estratégias de conteúdo para a marca.
Maior audîência
Os setores que adotarem o live commerce irão atrair mais público para consumir os produtos disponíveis para venda.
Forbes Brasil – Como o conteúdo favorece o negócio para compradores e vendedores na plataforma? Vocês mapearam essa relação?
Luiz Barros – Para responder a essa pergunta é interessante analisarmos que hoje existe uma ampla oferta quando se trata de serviços de streaming pagos e, por sua vez, o contexto macroeconômico da América Latina muitas vezes limita a quantidade de assinaturas que os usuários querem ou podem manter. Por exemplo, no Brasil, atualmente, temos por volta de 144 milhões de pessoas conectadas à internet e, dessas, apenas 55 milhões são assinantes de algum streaming. Diante desse cenário, nossos consumidores são beneficiados ao terem acesso ao hub de entretenimento com mais de 6 mil horas de conteúdo gratuito e mais de 1.600 títulos no momento do lançamento.
FB – O Mercado Play será um concorrente de outras plataformas de streaming?
Luiz – Para os parceiros de conteúdo, nossa entrada no mercado não traz mais um concorrente que fragmenta ainda mais a oferta de plataformas de streaming. Nós somos um multiplicador para o mercado, porque criamos uma janela de distribuição e monetização do conteúdo para eles com o conteúdo que vamos ofertar gratuitamente e também mais um canal de vendas para trazer novos assinantes para suas plataformas – isso tudo com a escala dos mais de 100 milhões de usuários do Mercado Livre na América Latina. Para o vendedor, a chegada de Mercado Play é super relevante porque integra a força do ecossistema Mercado Livre. Isso quer dizer que esse hub de entretenimento incrementa a experiência de compra, além de aumentar o tão disputado tempo de tela e a recorrência no e-commerce, onde ofertam seus produtos.
FB – Outras plataformas que experimentaram ferramentas de conteúdo atreladas a marketplace e e-commerce se aproximaram da ideia de ser um superapp. Faz sentido esse termo no contexto de Mercado Livre?
Luiz – Nossa visão no Mercado Livre é sempre ecossistêmica. O Mercado Play é um lançamento que visa enriquecer a experiência dos usuários nesse ecossistema que simplifica o comércio, os serviços financeiros e, a partir de agora, os conteúdos. Continuamos evoluindo para que cada usuário encontre novas formas de comprar, vender, desenvolver negócios, conectar-se e, agora, divertir-se com conteúdo selecionados dos melhores produtores.
FB – O que os parceiros de conteúdo mencionados ganham nessa parceria? Pode nos dar uma ideia do modelo de negócios? Quem paga quem e como funcionam os contratos?
Luiz – Eles encontram vantagens ao expandir seus canais de distribuição e formas de monetizar seu conteúdo, atingindo agora uma audiência de mais de 100 milhões de usuários do e-commerce na América Latina, com grande escalabilidade. Além disso, há a possibilidade de monetização com Mercado Livre sendo um canal para conseguir novos assinantes para suas plataformas de streamings, por meio dos descontos expressivos para os assinantes nível 6 do Mercado Livre. O modelo de negócio é baseado no Revenue Share da receita publicitária do conteúdo ofertado na plataforma.
Leia também:
FB – Como VP de Entretenimento, pode relembrar outras iniciativas da área que tem relação direta ou indireta com essa que será lançada hoje?
Luiz – O primeiro contato do Mercado Livre com o segmento de streamings foi por meio do Nível 6, nosso programa de lealdade. Hoje, por um valor de R$ 17,99 por mês, o Nível 6 oferece diversos benefícios do ecossistema do Mercado Livre e inclui a assinatura do Disney+ e Star+. Além disso, os membros do programa podem assinar também plataformas como HBO Max, Paramount+ e Lionsgate+ com 30% de desconto. Com o lançamento do Mercado Play, o Mercado Livre dá um passo além, tornando o nosso ecossistema ainda mais robusto e trazendo ainda mais valor para o nosso público.