Se muitas empresas deixaram de falar, ao menos publicamente, sobre metaverso – conceito que esteve em alta entre 2020 e 2022 -, outras apostam na continuidade do assunto, porém de forma mais concreta. A Visa publicará nesta semana um estudo que se propõe a identificar as oportunidades do metaverso como ecossistema que reúne uma série de tecnologias imersivas. Com o título de “Desbloqueando o potencial do metaverso”, a gigante de tecnologia e pagamentos mostra oportunidades existentes e tendências relacionadas a Web3, blockchain, NFT e tecnologias imersivas. Mas ainda faz sentido falar de metaverso, considerando que muitos especialistas e reportagens decretaram sua “morte”?
Não é só a Visa que trouxe o assunto à tona recentemente. Pesquisa da 3C Gaming, holding especializada em marcas e games, mostrou que consultorias continuam a monitorar o assunto e trazem isso em seus relatórios. O estudo mostra que elas aprofundaram a relação com o metaverso por meio de ações práticas e investimentos. “Isso fica evidente na comparação entre os temas e formatos que foram explorados nos últimos meses”, aponta o estudo. Na primeira onda, feita em março de 2022, foi constatado que as consultorias traziam uma definição conceitual mostrando os elementos do metaverso. Na segunda, datada de março deste ano, elas falam de futuro do metaverso, percepção de valor e expectativas atuais. Foram considerados artigos e análises de Accenture, PWC, KPMG, McKinsey, EY e Deloitte.
“Acredito que as empresas precisam definir e comunicar melhor seu propósito no metaverso, o usuário precisa ter clareza do papel da marca naquele ambiente, que vai muito além de replicar o que é feito no mundo real, além disso, entender que a experiência no metaverso vai muito além de construir um espaço virtual, é preciso pensar na comunidade que já utiliza a plataforma, como ativá-la e garantir que a experiência seja completa e de motivos para compartilhar e retornar, muito parecido com uma boa ação de live marketing. Por fim, entender tecnicamente as possibilidades de cada plataforma e como o resultado dessa iniciativa será medido na hora de escolher por qual começar ou expandir”, explica Paulo Aguiar, CCO da 3C Gaming e idealizador da pesquisa.
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“O metaverso ainda está entre nós, e neste momento pós-hype, alguns conceitos sobre seu futuro se tornam mais claros. Portanto, é importante abordar o tema de forma desprovida de sensacionalismo, explorando o contexto atual e como podemos aproveitar o que está por vir antes que a Web3 se torne mais popular. É a partir desta compreensão que podemos desenvolver os conceitos e os casos de uso que irão moldar a próxima década, e acredito que este relatório mostra que já estamos neste momento”, defende Roberta Isfer, Diretora de Inovação da Visa América Latina e Caribe.
Confira 3 oportunidades (atuais) do metaverso, segundo a Visa:
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#10
Declínio do interesse em Blockchain e Web3 em jogos?
Embora anteriormente previsto que causaria um grande impacto, grandes nomes do desenvolvimento de jogos, incluindo Electronic Arts e Activision, cancelaram ou reduziram planos para recursos como colecionáveis NFT e caixas de saque em jogos. Além disso, “quedas” desastrosas nos preços das criptomoedas levaram a um declínio no mercado para o tipo de jogos blockchain “jogue para ganhar”, como Axie Infinityque já foram considerados importantes para o futuro dos jogos. Os entusiastas do Blockchain e da Web3 apontam que ainda é o começo da tecnologia em geral, e alguns desses casos de uso podem estar à frente de seu tempo. No entanto, se o mercado das criptomoedas emergir da sua atual recessão prolongada durante 2024, poderemos muito bem ver um ressurgimento do interesse. O tempo vai dizer. -
Reprodução O metaverso tem potencial para evoluir para uma “metaeconomia” próspera em que ativos digitais e moedas virtuais têm valor tangível, transformando o comércio e o varejo. Por exemplo, os marketplaces/lojas virtuais podem criar experiências de compra imersivas, mimetizando ambientes reais do varejo. Já há empresas usando realidade virtual em provadores de roupas ou acessórios, permitindo que os clientes explorem e experimentem produtos virtuais e façam compras no espaço virtual.
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Getty Images A educação tem um potencial transformador, revolucionando os métodos tradicionais de aprendizagem. A natureza imersiva e interativa dos ambientes virtuais possibilita que a educação transcenda fronteiras físicas e ofereça experiências de aprendizagem mais ricas, permitindo que os estudantes explorem figuras históricas e civilizações antigas e aprendam em salas de aula virtuais e projetos colaborativos com estudantes de outros países. A educação no metaverso já é tendência em países como Coreia do Sul e Japão, onde os educadores têm testado aplicativos de RV e incorporado o metaverso em suas aulas.
#10
Declínio do interesse em Blockchain e Web3 em jogos?
Embora anteriormente previsto que causaria um grande impacto, grandes nomes do desenvolvimento de jogos, incluindo Electronic Arts e Activision, cancelaram ou reduziram planos para recursos como colecionáveis NFT e caixas de saque em jogos. Além disso, “quedas” desastrosas nos preços das criptomoedas levaram a um declínio no mercado para o tipo de jogos blockchain “jogue para ganhar”, como Axie Infinityque já foram considerados importantes para o futuro dos jogos. Os entusiastas do Blockchain e da Web3 apontam que ainda é o começo da tecnologia em geral, e alguns desses casos de uso podem estar à frente de seu tempo. No entanto, se o mercado das criptomoedas emergir da sua atual recessão prolongada durante 2024, poderemos muito bem ver um ressurgimento do interesse. O tempo vai dizer.
Ainda de acordo com a executiva da Visa, falar sobre metaverso, agora, “se torna importante pois temos uma visão clara do que funciona e do que não funciona, e essas áreas destacadas – educação, comércio e jogos eletrônicos – pintam um cenário promissor para o futuro da Web 3.0.” O estudo foi feito em parceria com a Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) e traz um panorama que se propõe a “ser claro” do metaverso, suas perspectivas futuras e o impacto da convergência entre Web3, computação espacial, realidade virtual, realidade aumentada (RV-RA), blockchain e IA generativa nas aplicações da vida real.
“À medida que visualizamos o potencial do metaverso, o novo relatório oferece uma base para que líderes definam coletivamente o futuro desse espaço e criem experiências verdadeiramente imersivas, interconectadas e inclusivas com a tecnologia, contribuindo para que todos prosperem neste mundo digital competitivo”, diz Roberta. “Com os recentes avanços, especialmente no espaço da computação espacial, o metaverso vem se transformando rapidamente em uma realidade tangível e, na Visa, nosso olhar está atento ao futuro para ajudarmos a desbloquear as infinitas possibilidades dessa tecnologia transformadora.”
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A pesquisa também destaca a importância de uma abordagem gradual para educar os consumidores, desenvolver casos de uso viáveis e garantir a segurança. “Há cada vez mais soluções financeiras baseadas em blockchain sendo disponibilizadas aos consumidores, incluindo pagamentos transfronteiriços, tokenização de ativos do mundo real e a transferência de titularidade de um carro ou casa”, disse Lindsay Lehr, diretora geral da Payments and Commerce Market Intelligence. “Com a Web3 e o metaverso, esses casos de uso do mundo real poderão ocorrer em mundos virtuais, para fontes de valor físicas e digitais, desbloqueando novas fontes de liquidez, riqueza, comércio e negócios. O aumento do uso de blockchain e de moedas digitais no comércio físico do mundo real e na Web2 desbloqueará naturalmente cada vez mais possibilidades para o metaverso”, conclui.