Em 2015, a Hewlett-Packard se dividiu em duas empresas independentes: HP Inc. e Hewlett Packard Enterprise (HPE), divisão voltada para soluções corporativas. Em 2023, a HPE foi responsável pelo desenvolvimento dos computadores mais rápidos do mundo. E, um dos supercomputadores da empresa, o Frontier, foi nomeado como uma das Melhores Invenções do ano pela revista Time.
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Os dispositivos da companhia são utilizados globalmente nas principais demandas de tecnologia de diferentes indústrias. Até a Nasa é cliente da HPE com o Spaceborne Computer-2, que retornou atualizado à Estação Espacial Internacional no início de fevereiro e tem como objetivo otimizar o tempo dos pesquisadores e astronautas — devido ao processamento ultra rápido de dados complexos.
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Ricardo Emmerich, gerente-geral e líder de vendas e negócios da HPE no Brasil desde 2020, fala à Forbes sobre os próximos passos da companhia no país e a influência dos supercomputadores no cotidiano.
Forbes Brasil: Pode nos dar um contexto da atuação da HPE e o que representam os supercomputadores para a empresa?
Ricardo Emmerich: Nós estamos por trás de praticamente todas as grandes empresas do mundo. Logo, de alguma maneira, estamos atendendo a população de ‘A à Z’. Colocando de forma prática, toda vez que há necessidade de analisar e processar algum dado, seja em um banco, loja ou até mesmo no seu celular, existe uma probabilidade enorme de você estar usando a força computacional da HPE. Nós possibilitamos a execução das transações tecnológicas com velocidade e segurança. Quando o assunto são os supercomputadores, nós também trabalhamos dentro dos grandes centros de pesquisa, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que atende toda a população brasileira, principalmente o agronegócio, que necessita de precisão e velocidade para entregar previsões exatas. A própria bolsa de valores necessita dos nossos serviços para operar.
FB: Atualmente, a HPE tem um polo de pesquisa e desenvolvimento em Porto Alegre. Qual é a principal área de atuação da instituição?
RE: O nosso time de Porto Alegre trabalha majoritariamente com engenharia de segurança. A HPE trabalha com um conceito rígido de “segurança desde o silício”. O que isso significa? Nós protegemos desde os componentes da matéria-prima até as tecnologias mais sofisticadas. Tudo isso para garantir o desempenho e a proteção dos usuários.
FB: Quais são os esforços da HPE para atender as demandas de inteligência artificial?
RE: Hoje nós temos três ferramentas principais para as necessidades de IA dos nossos clientes. Em primeiro lugar, os modelos de inteligência artificial são elaborados com linguagens de programação fechadas e seguras na nuvem. Depois, vem a transparência, todas as nossas soluções são oferecidas igualmente para diferentes negócios e fins — mas é claro que criamos e hospedamos as demandas de forma personalizada. E, por último, os compradores podem visitar o nosso centro de experiência do cliente, ou “Customer Engagement Center”, aqui em São Paulo, onde eles podem testar, executar e alterar os modelos de acordo com a necessidade deles, tudo presencialmente. Isso atrai consumidores do mundo todo, sobretudo da América Latina.
FB: Quais são as tecnologias para ficar de olho nos próximos anos?
RE: Não preciso nem falar de inteligência artificial, não é? A IA existe há bastante tempo. No entanto, apenas as grandes empresas tinham acesso. Agora, qualquer usuário consegue aplicar essa tecnologia avançada em diferentes setores.
O 5G também é um avanço que vai revolucionar o mundo. Toda tecnologia de conectividade, quando é lançada, traz soluções que eram inimagináveis antes dela. Ninguém imaginava o acesso ilimitado à internet antes da viabilidade de redes sem fio. Então, tenho certeza que o 5G vai movimentar a inovação global.
A computação de alto desempenho, ou “High Performance Computing”, é um conceito que engloba todas as questões que vão além do processamento de dados. Afinal, quando falamos de supercomputadores, é preciso pensar em modelos de arquitetura, resfriamento e consumo de energia. O que também é uma preocupação para o futuro.
Outra questão importante é a cibersegurança. A partir do momento em que grandes decisões começaram a ser tomadas na ponta, na mão dos usuários, a exposição e a vulnerabilidade ficaram maiores. Por isso, os assuntos relacionados à segurança digital vão crescer nos próximos anos.