O pesquisador Dr. Garry Stutte, especialista em agrobiologia espacial e fundador da SyNRGE, startup de desenvolvimento de soluções para a agricultura extraterrestre, palestrou em São Paulo, na última semana, sobre o impacto dos avanços tecnológicos na produção de alimentos.
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Na ocasião, o cientista também relacionou as descobertas com as necessidades da humanidade. “Nos próximos 20 anos, vão existir mais 3 bilhões de pessoas na Terra. Como vamos alimentar a todos?”, indagou Stutte. “A agricultura tradicional não vai funcionar, nós precisamos mudar a forma como as coisas são feitas.”
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A SyNRGE está sediada no Kennedy Space Center, na Flórida (EUA). “Estamos ao lado das maiores empresas de exploração espacial do mundo, como a SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos”, disse o especialista durante o evento promovido pela International School em parceria com o Cubo Itaú.
É possível cultivar alimentos em Marte?
De acordo com Dr. Garry Stutte, “em breve, teremos um humano em Marte e isso abrirá as portas para o que entendemos como ‘possível'”. “Porém, antes precisamos saber de algumas coisas, incluindo o que é necessário para a nossa existência: oxigênio, água potável, luz e, claro, plantas.”
Entre os itens da lista, o pesquisador elencou os principais desafios. “Hoje, a água é o nosso maior obstáculo. A atmosfera vem em segundo lugar. Por último, estão os nutrientes essenciais para o desenvolvimento do solo e das raízes.”
Apesar dos percalços, Stutte se mantém otimista: “Estamos longe do objetivo de cultivar alimentos em Marte como fazemos na Terra. Mas saímos da estaca zero, o que já é muito relevante.”
Como exemplo, ele cita uma pesquisa que produz vegetais em um cubículo sem gravidade. “O alface excedeu todas as expectativas.”
“Alimente o mundo”
Este é o lema do cientista, que acredita na comida como um meio de conexão, comunidade e humanidade. “Pouco a pouco, a sociedade vai aprender a lidar com os erros do passado para construir um futuro sustentável na Terra e fora dela.”