A inteligência artificial não deve controlar armas nucleares, disse um oficial de segurança sênior dos Estados Unidos nesta quarta-feira (1), direcionando-se principalmente à China e à Rússia.
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“Nunca delegaríamos uma decisão tão importante para a IA”, afirmou Paul Dean, oficial de controle de armas do Departamento de Estado dos EUA, em uma coletiva de imprensa.
“Os Estados Unidos têm o compromisso claro e forte de que a decisão de utilizar armas nucleares deve ser tomada apenas por um ser humano”, declarou o oficial.
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O Reino Unido e a França também prometeram manter suas armas nucleares sob controle humano, comentou Dean, que chamou a atenção de Moscou e Pequim para que façam o mesmo.
“Acreditamos que seja uma norma extremamente importante e responsável, bem como algo que marca uma posição de unidade entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.”
Contexto global
A declaração de Dean surge enquanto nações ao redor do mundo lidam com a regulamentação da inteligência artificial e empresas correm para desenvolver e implantar sistemas cada vez mais poderosos.
No entanto, os avanços da IA têm levado líderes da tecnologia, academia e sociedade civil a pedir cautela antes de produzir ferramentas super potentes, alertando que isso pode representar um risco existencial para a humanidade.
Apesar dos esforços para coordenar o controle sobre a IA, as aplicações militares têm sido visivelmente ausentes em muitas discussões. Em Viena, líderes globais alertaram que armas autônomas desafiam os meios tradicionais de supervisão e que a inteligência artificial está se aproximando rapidamente de seu “Momento Oppenheimer”.
Dados sobre o armamento nuclear
9. Este é o número de países no mundo que possuem armamento nuclear. Além dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mencionados acima, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte também são considerados detentores. A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares estima que, juntos, esses Estados possuam 12.700 ogivas nucleares.
A grande maioria delas está com a Rússia e EUA, com cerca de 5.900 e 5.200, respectivamente.