Parte do mundo parou na manhã desta sexta-feira (19), após uma pane nos sistemas da Microsoft causada por meio de uma plataforma da empresa de cibersegurança CrowdStrike causar um apagão e paralisar sistemas de bancos, emissoras de TV, companhias aéreas e até das Olimpíadas de Paris. Segundo a Microsoft, o problema foi resolvido, mas, até as 9h30, afetava mais de 360 aplicativos de seu portfólio.
Alois Reitbauer, estrategista-chefe de IA da Dynatrace, explica que, dada a crescente complexidade dos softwares, todos os desenvolvedores e organizações estão suscetíveis a interrupções. “Quando elas ocorrem, as empresas precisam ter a capacidade de identificar a causa raiz e corrigi-la imediatamente. As abordagens orientadas por IA tornaram-se essenciais para a implementação de operações de TI complexas, pois os processos manuais não conseguem acompanhá-las. Uma abordagem de IA com poder triplo, aproveitando a IA preditiva, causal e generativa, é cada vez mais essencial para ajudar as organizações a oferecer a mais alta disponibilidade e desempenho de software, além de minimizar a interrupção da experiência do usuário final.”
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“Esse incidente destaca a importância de testes rigorosos e atualizações em etapas para agentes EDR. Normalmente, os testes são feitos a cada lançamento e podem levar de dias a semanas, dependendo do tamanho da atualização ou das alterações. Um problema como esse nos lembra como a infraestrutura de TI é frágil e por que a segurança cibernética deve ser integrada de forma nativa ao backup. Uma solução integrada é a única maneira de fornecer proteção completa que permitiria a rápida reversão para o estado de funcionamento”, explica Kevin Reed, Chief Information Security Officer da Acronis.
O que causou o apagão cibernético?
Em comunicado, a Microsoft informou que o apagão teve origem em uma falha em seu sistema Azure, plataforma de comunicação em nuvem. Já a empresa de segurança cibernética CrowdStrike, parceira da Microsoft, explicou que sua ferramenta, a Falcon, que detecta possíveis invasões hackers, teve um problema na atualização (update) de software. A companhia garantiu que o ocorrido não se trata de um ataque.
O presidente-executivo da CrowdStrike, George Kurtz, afirmou na plataforma de rede social X que a empresa estava “trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows” e que uma correção estava sendo implantada.
“As consequências podem ser desastrosas, seja no âmbito de perdas financeiras ou reputação da imagem das organizações. Sem contar que apagões como este afetam diretamente o cliente final, causando um impacto não somente para empresas, mas também para usuários. A maioria dos apagões em sistemas são originados por “falhas humanas”. A falta de aplicação de pacotes de correção ou atualização dos sistemas podem ocasionar problemas graves, assim como a falta de rotinas e processos de homologação e salvaguarda. Em caso de crise, o ideal é ter um bom plano de continuidade de negócio. Abranger os sistemas críticos é fundamental para reestabelecer as operações o mais rápido possível. Outra ação, é ter medidas de proteção e detecção de possíveis ataques cibernéticos em massa contra ecossistemas críticos – o que afeta grande parte dos serviços públicos e privados que utilizam da mesma infraestrutura ou serviço com frequência”, afirma Rogério Athayde, CTO da keeggo.
O que disseram as empresas afetadas no Brasil?
Em comunicado, o Bradesco informou que suas equipes estão atuando “para regularização o mais breve possível”. Já a Azul pediu para que os clientes com voos marcados para esta sexta-feira e que ainda não realizaram o check-in cheguem mais cedo ao aeroporto e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia.
Outros apagões globais na história
Ao longo da história, diversos eventos causaram apagões tecnológicos globais, impactando drasticamente a comunicação, os serviços financeiros e a vida das pessoas em todo o mundo.
1983
Grande Apagão de Nova York
Uma tempestade solar atingiu a Terra, causando um surto de voltagem que derrubou sistemas de energia em grande parte do nordeste dos EUA e Canadá. O apagão afetou milhões de pessoas, paralisou o transporte público e causou bilhões de dólares em prejuízos.
2000
Bug do Milênio
O temor de que computadores falhassem com a virada do milênio gerou um frenesi global. Felizmente, o impacto real foi mínimo, mas o evento serve como um lembrete da dependência da sociedade da tecnologia.
2008
Apagão da Internet
Um corte de cabo submarino na Ásia afetou o tráfego de internet em grande parte do mundo por horas. O evento evidenciou a fragilidade da infraestrutura da internet e a necessidade de maior resiliência.
2012
Ataque DDoS à Dyn
Um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS) de grande escala derrubou sites populares como Amazon, Twitter e PayPal. O ataque destacou a vulnerabilidade dos serviços online a ataques cibernéticos.
2020
Pandemia COVID-19
A pandemia global levou a um aumento exponencial no uso da internet para trabalho, educação e entretenimento. A infraestrutura digital foi testada ao limite, com alguns serviços enfrentando sobrecargas e lentidão.
2023
Apagão global da Microsoft
Uma falha no sistema de nuvem da Microsoft afetou diversos serviços online, como Teams, Outlook e Azure. O apagão causou transtornos para empresas e indivíduos em todo o mundo
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