Nesta quinta-feira (26), em São Paulo, Satya Nadella, CEO da Microsoft, anunciou um investimento de R$ 14.7 bilhões no Brasil para a construção de infraestrutura de IA e Cloud. O executivo, nomeado por Bill Gates em 2014, também divulgou o programa ConectAI, que tem como objetivo treinar 5 milhões de brasileiros em inteligência artificial até 2028.
Durante o Microsoft AI Day, Tânia Cosentino, presidente da companhia no país, afirmou que o “compromisso da empresa com o Brasil é de longo prazo”. A executiva, à frente das operações em território nacional desde janeiro de 2019, disse que o foco da empresa não é unicamente na tecnologia, mas na aplicação de recursos tecnológicos para o desenvolvimento econômico. “Este valor [R$ 14.7 bilhões] é apenas o investimento direto”, disse Cosentino, que pontuou o impacto indireto da construção dos novos data centers, principalmente na geração de empregos em diferentes setores.
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Os novos centros de armazenamento e processamento de dados da Microsoft serão construídos no estado de São Paulo por questões logísticas. A empresa não divulgou as cidades escolhidas.
“IA verde”
Data centers demandam uma grande quantidade de água e energia. De acordo com a Agência Internacional de Energia, o consumo de eletricidade de data centers pode dobrar até 2026, chegando a quase 4% da demanda global de eletricidade em dois anos.
Dados são a força vital da IA. A regra é simples: quanto mais informações disponíveis para análise, melhor será o desempenho da tecnologia.
Com o avanço dos desastres naturais causados pelas mudanças climáticas e, consequentemente, o compromisso de grandes empresas em reduzir seus impactos ambientais, energia limpa é um dos fatores cruciais para o futuro da IA.
Tendo em vista este cenário, o Brasil tem uma oportunidade de crescimento no mercado global de inteligência artificial. Em 2023, 93,1% de toda a energia gerada no país veio de fontes renováveis, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
“O Brasil pode ser uma potência em ‘IA verde'”, comenta Cosentino, que relembrou o investimento de R$ 1 bilhão na construção de um parque eólico em Cajuína, Rio Grande do Norte, para o abastecimento exclusivo da empresa.