Na noite desta quarta-feira (9), o YouTube Brasil divulgou os números da empresa no último ano. A vertical de vídeos do Google anunciou em primeira mão os resultados da pesquisa “Video Metrix Media Trend”, feita pela Comscore, que aponta o YouTube como plataforma de mídia social com mais audiência mensal no Brasil — à frente do Facebook, Messenger, Instagram, Kwai, LinkedIn, TikTok, Pinterest e X (Twitter).
O crescimento do mercado de TVs conectadas, ou smart TVs, foi decisivo para o aumento de usuários. “Em 2023, 92% das TVs vendidas foram smart TVs. No Brasil, mais de 75 milhões de pessoas assistem ao Youtube por meio da televisão conectada. Isso rompe as últimas barreiras que tínhamos entre o universo digital e físico, o que muda completamente o consumo de mídia no país”, afirma Aline Moda, diretora de agências do Google Brasil.
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A executiva diz que com o YouTube “cada pessoa tem um horário nobre”. “Agora, as famílias não precisam mais disputar o controle da TV, os conteúdos podem ser assistidos antes ou depois de um determinado horário.”
A transmissão esportiva também é uma potência para a plataforma. Durante os jogos olímpicos de 2024, a CazéTV, principal representante do segmento, acumulou mais de 750 milhões de visualizações e 43 milhões de usuários únicos ao vivo.
Patrícia Muratori, diretora do YouTube para América Latina, reafirma o compromisso da empresa com o esporte e anuncia que o canal do influenciador Casimiro Miguel irá “transmitir o Brasileirão Série A [campeonato brasileiro de futebol] em 2025, 2026 e 2027”.
“A transmissão esportiva no YouTube não é apenas sobre o jogo, é sobre todo o entorno, os comentários, a torcida, as interações. Então, traremos todo o potencial da TV conectada para fomentar um ecossistema aberto, democrático e acessível”, finaliza.
Creator Economy
“85% das pessoas que acessam o YouTube já sabem o que vão consumir. Elas são intencionais em relação ao conteúdo. Por isso, 70% dos brasileiros acreditam que prestam mais atenção quando estão consumindo na plataforma”, comenta Aline Moda.
Na creator economy, ou “economia da criação de conteúdo”, atenção significa monetização, parcerias publicitárias, patrocínios e além. Segundo a Goldman Sachs Research de 2023, a indústria já movimentou US$ 250 bilhões e pode crescer 90% até 2027. Em 2022, o YouTube gerou 140 mil empregos no Brasil e teve um impacto de R$ 4,5 bilhões no PIB do país.
Um levantamento feito pela Kantar mostrou que 85% dos consumidores brasileiros concordam que a publicidade em vídeos no YouTube os apresenta a novas marcas ou produtos. A diretora de agências do Google Brasil explica que a confiança dos consumidores nos criadores de conteúdo torna “a voz dos anunciantes mais eficiente”.
Rafa Dias, CEO e fundador da Dia TV, primeiro canal brasileiro com programação 24 horas na plataforma, relembra que, no início, não imaginava o alcance que conquistaria. “Hoje, por mês, são cerca de 10 milhões de usuários. Para mim, que dirijo uma empresa há dez anos, significa que colocamos o barco do lado certo da maré.”
Sarah Buchwitz, CEO do Grupo Flow, comenta que a empresa também está trabalhando para desenvolver uma programação linear, com lançamento previsto para o início de 2025. “O Flow foi um dos primeiros podcasts do Brasil e, tendo em vista este pioneirismo, pensamos nessa expansão de conteúdo para atingir novos públicos. Só assim será possível transformar a comunicação brasileira.”
“Qualquer plataforma de conteúdo audiovisual precisa pensar nas tendências de consumo de conteúdo, porque as necessidades mudam constantemente. A geração Z, por exemplo, quer muito mais personalização do que as gerações anteriores”, pontua Aline Moda.
Inteligência artificial
No dia 19 de setembro de 2024, o YouTube anunciou novas ferramentas alimentadas por inteligência artificial generativa. “O Google, assim como o YouTube, trabalha com a IA há muito tempo. Eu estou particularmente empolgada com duas novas ferramentas: a dublagem automática por IA e o Veo, um modelo de vídeo generativo alimentado pelo Google DeepMind”, menciona Patrícia Muratori.
“No Flow, nós já utilizamos uma ferramenta de IA para produzir os cortes das nossas lives. A ferramenta, desenvolvida com um método próprio, tem impactado de forma positiva nossa produção”, revela Sarah Buchwitz.
Rafa Dias menciona as possibilidades da dublagem para a expansão do conteúdo nacional. “A globalização dos conteúdos brasileiros é uma tendência muito forte e que sabemos que pode funcionar.”
“Todo mundo sabe que quem produz conteúdo no Brasil tem a língua portuguesa como uma barreira. Talvez, essa ferramenta possa ser o embrião de um futuro bastante promissor para quem produz conteúdo aqui”, complementa Rosangela Wicher, diretora-executiva da Floresta, produtora da Sony Pictures Television no Brasil.