No dia 11 de setembro de 2024, a AWS divulgou um investimento de R$ 10,1 bilhões (US$ 1,8 bilhão) até 2034 para a expansão de sua infraestrutura de data centers no Brasil. No evento global da companhia, o re:Invent, que aconteceu em Las Vegas no início do mês, mais de mil brasileiros presenciaram o anúncio da migração de 100% das operações do Itaú para nuvem.
Para Cleber Morais, diretor-geral da AWS no Brasil, a parceria com o maior banco da América Latina reforça não só o impacto da empresa no país, mas a maturidade das companhias brasileiras em termos de tecnologia. “O Brasil tem diferenciais competitivos importantes para a Amazon Web Services, com clientes como o Nubank, VTex, Gympass [Wellhub] e iFood dentro do nosso ecossistema.”
O executivo reforça que “hoje, as maiores multinacionais brasileiras são empresas de tecnologia”, e explica o papel da inovação para este cenário. “A nuvem, por exemplo, possibilitou que um banco fosse criado de maneira completamente digital. Há alguns anos, isso não seria possível.”
Leia também
O radar ativo para novidades é essencial para os negócios da AWS. No Brasil, a empresa mantém um braço voltado para startups, liderado por Karina Lima. A executiva, que está há quase dois anos no cargo, menciona o GAIA, programa de aceleração para iniciativas de IA, como exemplo. “Selecionamos startups que trabalham com inteligência artificial generativa de maneira profunda dentro de seus produtos ou serviços. Para ajudá-las a desenvolver e amadurecer suas ideias, investimos até US$ 1 milhão em créditos de infraestrutura AWS.”
Além do suporte tecnológico, a empresa conecta as lideranças das startups com mentores especializados em negócios, com o objetivo de alavancar os projetos. “Trabalhar com todo o ecossistema é fundamental para que essas empresas cresçam e se mantenham relevantes no mercado.”
De acordo com o diretor-geral, um olhar integrado para “tecnologia, capacitação técnica e infraestrutura”, pode transformar o Brasil em uma potência mundial. Morais pontua que a companhia atua para atender a cada um desses “três pilares”.
Nos últimos anos, a companhia, fundada por Jeff Bezos, treinou cerca de 800 mil brasileiros em tecnologia, aportou bilhões de reais para as operações de data centers e disponibilizou centenas de ferramentas. “Antigamente, os brasileiros entravam em uma fila para receber as novidades. Agora, em poucas semanas, até dias, tudo está disponível.”
Os avanços da inteligência artificial – e dos data centers necessários para alimentá-la – também são cruciais para o mercado nacional aos olhos da empresa. “Eu costumo dizer que o A da IA é de AWS. A inteligência artificial generativa não é mais sobre “se”, mas de como os clientes vão usá-la no dia a dia do negócio”, afirma Morais.
O anúncio do Amazon Nova, um pacote de ferramentas de IA multimodal, durante o re:Invent, evidencia este compromisso. O diretor-geral explica que a AWS caminha para um sistema “any to any”, ou seja, qualquer formato de informação pode ser transformado em qualquer outro formato.
“Assim como a energia elétrica, a IA será parte do nosso cotidiano. Se hoje você acorda e acende a luz, nos próximos anos, você vai acordar e conversar com uma IA generativa”, prevê o executivo.