A sonda Parker Solar Probe, da Nasa, alcançou a distância de apenas 6,1 milhões de quilômetros da superfície do Sol — um novo recorde — na véspera de Natal. Você pode acompanhar esse marco histórico na página Eyes On The Solar System.
Em um dos feitos mais impressionantes da exploração espacial, a terça-feira, 24 de dezembro, marcou o momento em que uma espaçonave altamente blindada — do tamanho de um carro compacto — se tornou o objeto feito pelo homem mais próximo do Sol na história. Esse evento também representa a maior aproximação da humanidade de uma estrela e o recorde de velocidade de um objeto criado pelo ser humano.
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Um Feito Monumental
Esse feito monumental ocorreu às 11h53 UTC (6h53 EST) na terça-feira, 24 de dezembro, quando a Parker realizou um sobrevoo sem precedentes próximo ao Sol, alcançando apenas 6,1 milhões de quilômetros de sua superfície. Foi a 22ª aproximação da sonda ao Sol.
A uma distância de 96% entre o Sol e a Terra — bem dentro da órbita de Mercúrio, cerca de 39% — a Parker se tornou o objeto feito pelo homem mais próximo do Sol até hoje.
O Dr. Nour Raouafi, cientista do projeto no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, comparou a importância desta missão ao pouso na Lua em 1969. “É o momento pelo qual esperamos por quase 60 anos,” afirmou durante uma mesa-redonda com a mídia na reunião anual da União Geofísica Americana, em 10 de dezembro de 2024. “Em 1969, pousamos humanos na Lua. Na véspera de Natal, abraçamos uma estrela — a nossa estrela.”
‘Hiper-Aproximação’
Em um regime que a NASA chama de “hiper-aproximação”, a Parker atravessará plumas de plasma ainda conectadas ao Sol e estará suficientemente perto para passar por dentro de uma erupção solar, “como um surfista mergulhando sob uma onda do oceano,” de acordo com a Nasa.
O calor enfrentado pela Parker em seu ponto mais próximo do Sol foi “quase 500 vezes mais quente do que o dia mais quente de verão que podemos testemunhar na Terra,” afirmou Raouafi.
Já reconhecida como o objeto mais rápido já construído na Terra, a Parker quebrou novamente seus próprios recordes de velocidade e distância ao atingir seu ponto mais próximo do Sol, viajando a 690.000 km/h (430.000 mph). Segundo o site da missão, essa velocidade seria suficiente para ir de Filadélfia a Washington, D.C., em apenas um segundo.
Os operadores da missão, no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland, perderão contato com a sonda por três dias e aguardarão um sinal em 27 de dezembro de 2024, confirmando sua sobrevivência.
A Parker completará mais duas aproximações hiperbólicas à mesma distância nos dias 22 de março e 19 de junho de 2025.