O administrador da Nasa, Bill Nelson, anunciou nesta quinta-feira (5) novos atrasos no programa espacial Artemis, que tem como objetivo colocar astronautas de volta à Lua pela primeira vez desde 1972.
Ele informou a mudança das datas das duas próximas missões, incluindo uma que pousará no satélite natural. Em coletiva de imprensa, Nelson afirmou que a próxima missão da Artemis, que enviará astronautas ao redor da Lua e então de volta à Terra, foi atrasada para abril de 2026, enquanto o pouso lunar ocorrerá somente no ano seguinte. O pouso dos astronautas será feito usando a Starship, da SpaceX.
Leia também
“Supondo que o módulo de pouso da SpaceX esteja pronto, planejamos lançar o Artemis III em meados de 2027”, disse Nelson.
“Isso estará bem à frente da intenção anunciada pelo governo chinês” de pousar na superfície lunar até 2030, acrescentou Nelson, ilustrando a competição entre as duas maiores potências espaciais do mundo enquanto correm para a Lua.
O adiamento ocorreu após a Nasa concluir os testes na cápsula Orion, produzida pela Lockheed Martin, e em seu escudo de calor, que falhou durante a reentrada na atmosfera terrestre durante um voo em 2022.
Contexto
O programa Artemis foi estabelecido pela Nasa durante o primeiro mandato do presidente-eleito, Donald Trump, com o objetivo de levar novamente astronautas à Lua pela primeira vez desde a missão Apollo 17. O programa quer estabelecer uma base lunar, como uma etapa para um objetivo mais ambicioso, de levar humanos a Marte.
Os EUA estimam gastos de quase 93 bilhões de dólares no programa em 2025. Apesar de obter progressos notáveis, o programa também teve de lidar com vários atrasos e aumentos de custos. Em 2022, a Nasa realizou a missão Artemis 1, uma viagem de 25 dias não tripulada ao redor da Lua. Ela acabou quando a cápsula Orion, que carregava três manequins simulando uma tripulação, pousou com sucesso no Oceano Pacífico.
Durante sua reentrada atmosférica, o calor ficou preso dentro da camada externa do escudo térmico da Orion, causando rachaduras e trazendo preocupações sobre os futuros modelos da cápsula. O chefe da Nasa afirmou que ele e outras autoridades decidiram de forma unânime manter o escudo de calor como tal e mudar a trajetória da Orion quando retornar da próxima missão.