
Pela primeira vez em mais de 100 anos de história, a Prada lançou um produto feito com inteligência artificial. O Prada Paradoxe Virtual Flower faz uma releitura do clássico da marca com a ajuda da tecnologia. “Os perfumistas da Givaudan identificaram um momento especial na natureza: o instante em que o jasmim floresce. Capturar essa experiência de forma tradicional seria praticamente impossível, então, a solução foi trazê-la para um laboratório”, explica Priscila Chagas, diretora de Prada Beauty no Grupo L’Oréal Brasil.
“Para nós, isso foi uma maneira de desafiar os limites da criatividade. O Virtual Flower foi a minha primeira experiência utilizando IA para ajudar a criar uma fragrância, e eu realmente gostei disso. A tecnologia oferece uma ampla gama de possibilidades e permite a exploração de novos territórios olfativos”, afirma Nadège Le Garlantezec, master perfumista da Givaudan.
O “jasmim virtual”, como a companhia nomeou o componente inédito, é uma aposta para consolidar o posicionamento da a L’Oréal como uma “beauty-tech”. “Um dos pilares da companhia é o uso da tecnologia para se conectar com os consumidores de maneira inovadora. A ideia não é trazer apenas produtos diferenciados, mas serviços que sejam ligados à beleza e tecnologia”, comenta Chagas.
A executiva cita dois exemplos para corroborar a afirmação: “Dentro do site da YSL Beauty, disponibilizamos uma ferramenta onde os usuários conseguem testar as cores dos produtos de forma remota. Para Lancôme, trouxemos um scanner em que os consumidores podem fazer testes para uma recomendação de skincare mais assertiva.”
A leitura da creator economy brasileira também foi fundamental para a estratégia da Prada. A marca contou com diferentes influenciadoras para a divulgação da novidade. “O Brasil é o primeiro país em influência digital e o segundo maior mercado de fragrâncias do mundo. Então, a gente precisa fazer sentido nesse universo que está na mão do consumidor”, pontua Priscila.
A campanha também incorporou a iniciativa “Afroluxo”, cujo objetivo é enfrentar o racismo por meio da diversidade. A diretora explica que, “por ser uma marca de luxo”, fazer parte de discussões sobre diferentes formas de empoderamento feminino é essencial. “Ouvimos de algumas criadoras negras que a participação nesse squad foi muito importante”, conta.
A expectativa é que todos esses aspectos, da inteligência artificial à diversidade, contribuam para “abrir novas conversas com as nossas consumidoras”, finaliza Priscila Chagas.