Nesta semana, a Amazon anunciou uma parceria com a NYU Langone para lançar o Amazon One, tecnologia de escaneamento de palma sem contato, em todo o sistema de saúde da instituição.
O Amazon One foi introduzido pela primeira vez em 2020 como uma forma de aprimorar a experiência do cliente e permitir uma checagem de identidade rápida, fácil e sem contato. A tecnologia funciona registrando a palma da mão de um usuário em um dispositivo conectado ao sistema, que cria e armazena uma “assinatura única da palma” com base em cada indivíduo. Uma vez concluído o registro, o dispositivo reconhecerá a pessoa e concederá o acesso solicitado.
Inicialmente, o Amazon One foi implantado em lojas da Amazon e unidades da Whole Foods, com a visão de expandir a tecnologia para diversos outros ambientes, como escritórios, estádios, aeroportos e qualquer outro local onde a gestão de identidade seja essencial.
Quatro anos depois, a empresa encontrou um dos ambientes mais críticos para um sistema sofisticado de identificação: o setor de saúde. A NYU Langone é um dos maiores sistemas de cuidados médicos dos Estados Unidos, empregando cerca de 52 mil pessoas em mais de 2 mil leitos e seis departamentos de emergência, além de registrar uma receita anual de aproximadamente US$ 14,2 bilhões. A gestão segura da identidade é de extrema importância para qualquer sistema de saúde, especialmente para o da NYU, que atende cerca de 11,3 milhões de pacientes ambulatoriais todos os anos.
Por que a gestão de identidade é tão importante?
O aumento das preocupações com segurança, as crescentes questões de privacidade e as taxas alarmantes de roubo de identidade tornaram esse tema ainda mais relevante na área da saúde, um setor que lida com grandes volumes de dados. De fato, o Journal of the American Health Information Management Association explica que “a identificação precisa do paciente é a base de muitas das iniciativas mais urgentes dos sistemas de saúde, fornecendo dados confiáveis para cuidados, análises, relatórios e outras finalidades. A identificação precisa garante que cada interação seja registrada e vinculada entre sistemas e locais, permitindo que os profissionais tenham uma visão conectada e atualizada do histórico e do atendimento do paciente”.
Nader Mherabi, vice-presidente executivo e diretor digital da NYU Langone, explica que o objetivo da organização sempre foi utilizar a melhor tecnologia para otimizar a experiência dos pacientes: “Estamos sempre buscando maneiras de melhorar a experiência deles por meio da tecnologia. Como acontece com todas as novas iniciativas, iremos aprimorar ao longo do tempo para atender às necessidades de nossos pacientes.”
O Amazon One afirma que sua plataforma tem uma taxa de precisão de 99,9999%, com um tempo de reconhecimento inferior a um segundo, utilizando imagens da palma e das veias para garantir uma correspondência biométrica precisa: “Não existem duas palmas iguais, por isso o Amazon One analisa múltiplos atributos e seleciona os identificadores mais distintos para criar a assinatura única da palma de cada pessoa.” Colleen Aubrey, vice-presidente sênior da AWS Solutions, diz que esse sistema de reconhecimento pode facilitar o processo de check-in dos pacientes, tornando-o mais simples em um momento que já pode ser estressante para eles.
Por que essa tecnologia é tão revolucionária para a saúde?
A otimização da experiência do paciente é fundamental, especialmente em um sistema que já é complicado de navegar para o consumidor comum. Os processos de check-in estão entre os aspectos mais burocráticos da jornada de atendimento, pois os pacientes frequentemente precisam preencher uma grande quantidade de formulários, baixar vários aplicativos móveis e concluir diversas outras tarefas antes mesmo de serem atendidos por um médico.
A gestão de identidade eficiente é uma questão tão relevante para as organizações de saúde que a Amazon não é a única empresa que busca resolver esse problema. A Clear, mais conhecida por seu serviço de verificação em aeroportos, também inovou nessa área ao criar um processo seguro de identificação para pacientes, que se integra a sistemas já existentes, como Epic e MyChart.
Na verdade, o tema da gestão de identidade na saúde vai além da jornada do paciente nos hospitais e se aplica também a dispositivos de saúde pessoais.
Por exemplo, a Apple investiu bilhões de dólares no aprimoramento de sua tecnologia FaceID, que pode autenticar um usuário com extrema precisão usando apenas o reconhecimento facial. O sistema Android, do Google, também avançou significativamente em suas tecnologias biométricas e de reconhecimento de impressões digitais. Essas inovações tornaram-se extremamente importantes na área da saúde, uma vez que os dispositivos móveis são hoje um dos principais meios pelos quais os pacientes armazenam suas informações. No futuro, essas tecnologias poderão ser utilizadas para gestão de identidade em um espectro ainda mais amplo dentro do setor.
Apesar da forte concorrência, o Amazon One se destaca ao adotar a tecnologia de escaneamento de palma. Embora essa solução ainda esteja em fase inicial, sua implementação representa um avanço significativo para a área da saúde.
