As vendas da indústria de defensivos agrícolas biológicos devem crescer 33% neste ano, para R$ 1,79 bilhão, estimou hoje (19) a entidade que representa o setor CropLife, ressaltando um avanço na participação da soja, cultura que já lidera este mercado em valor.
Com base em dados levantados pela consultoria Blink, a CropLife acredita que a participação da oleaginosa nas vendas de produtos biológicos deve passar de 44% para 46% no comparativo anual.
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Em valor de mercado, há um avanço estimado para a soja de R$ 596 milhões, para R$ 829 milhões em 2021.
“Além do maior nível de capitalização dos produtores de soja, há também grande incidência de pragas e doenças, e muitos lançamentos de produtos voltados para esta cultura (nos últimos anos), que é vista pela indústria como porta de entrada”, afirmou Lars Schobinger, sócio-diretor da consultoria Blink, durante evento transmitido pela internet.
Ele destacou que estes defensivos são muito utilizados nas lavouras da oleaginosa para controle de nematóides e lagartas.
Os negócios com cana-de-açúcar também têm projeções promissoras, segmento onde o mercado de biológicos tende a crescer de R$ 264 milhões em 2020 para R$ 353 milhões, conforme o levantamento.
A diretora executiva da Croplife, Amália Borsari, explicou que os produtos biológicos são aqueles insumos agrícolas desenvolvidos a partir de um ingrediente ativo que seja natural, considerado “ativo biológico”.
Segundo ela, esses ativos, em sua maioria, são de baixa toxicidade quando comparados aos agroquímicos tradicionais e agem com o objetivo de eliminar a praga alvo sem agredir o meio ambiente.
O uso deste tipo de defensivo permite a manutenção de insetos benéficos na lavoura (inimigos naturais de pragas) e diminuem a dependência de aplicações constantes de outros produtos.
“Neste sentido, o biológico já não entra mais como alternativa, é quase um componente obrigatório entre os agricultores 4.0 (mais tecnificados)”, disse Amália.
Apesar dos benefícios, a adoção de produtos deste nicho está estimada em torno de 20% das áreas agrícolas brasileiras.
Considerando o clima tropical e a alta incidência de pragas e doenças, o uso de biológicos precisa ser feito, em geral, junto com outros químicos.
Para a diretora da CropLife, o grande potencial de expansão desses defensivos está na área de grãos. Além disso, a adesão pode ser maior entre os grandes agricultores porque são produtos que demandam mais acompanhamento técnico e manejo, embora o setor também esteja em ascensão entre pequenos e médios produtores.
Em uma expectativa de longo prazo, a análise da Blink indica que o mercado de biológicos pode crescer mais 107% até 2030, para R$ 3,69 bilhões. (Com Reuters)
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