O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou hoje (21) que começará a perdoar dívidas estimadas em US$ 4 bilhões de produtores rurais de minorias étnicas a partir de junho, visando lidar com a discriminação racial no país.
A administração do presidente Joe Biden busca um acerto de contas com produtores rurais negros, principalmente, e também produtores de outras minorias, que por décadas perderam suas propriedades em disputas legais e tiveram negados empréstimos e assistência do governo.
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O Plano Americano de Resgate, que se tornou lei em março, determinou que o USDA pague todas dívidas detidas por produtores que pertencem a grupos minoritários “socialmente desfavorecidos”. A medida enfrenta oposição de alguns produtores brancos e gerou preocupações no setor financeiro, especialmente os bancos.
De acordo com o censo do USDA de 2017, há no país 45.508 agricultores negros, 2% a mais que o censo anterior de 2012. Os agricultores brancos somam 3,2 milhões de proprietários rurais, 95% do total.
O secretário de agricultura, Tom Vilsack, afirmou que os pagamentos são necessários, pois fazendeiros de minorias étnicas não tiveram acesso completo aos programas do USDA durante os últimos 100 anos.
“É muito provável que eles não tenham conseguido competir com produtores brancos, ao comprar terras e equipamentos, ou mesmo não terem suas lavouras plantadas no momento certo”, afirmou Vilsack em uma entrevista.
A legislação não define um valor específico para os perdões, mas o USDA estima que há US$ 3,9 bilhões em dívidas desses produtores junto ao governo federal e bancos privados. Os pagamentos serão liberados para os bancos e fazendeiros em junho, após confirmação do USDA com cerca de 15.000 deles, via correio. Esse montante representa menos que 1% de toda a dívida do setor agrícola dos EUA, que o USDA estimou em US$ 432,1 bilhões em 2020. (Com Reuters)
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